"A Crónica: Um Braga Matriro Conseguiu Levar a Melhor
Numa noite fria no Estádio da Luz só mesmo os jogadores para aquecer este duelo entre SL Benfica e SC Braga da Primeira Liga. Um jogo intenso entre ambos os conjuntos, em que as águias dominaram durante toda a primeira parte. Até aos primeiros 20 minutos, os bracarenses não conseguiam respirar, tal era o domínio e sufoco do adversário. Ainda assim, desengane-se quem acha que o claro controlo do jogo por parte das águias se traduziu em muitos lances de perigo iminente. Até bem pelo contrário: durante o primeiro tempo, só aos 10 minutos há sinal vermelho para a baliza de Matheus. Um pontapé de bicicleta de Vertonghen testa a atenção do guardião bracarense, que defende o lance.
O Braga esteve durante toda a primeira parte no seu meio-campo defensivo. A equipa de Carlos Carvalhal dava a iniciativa de jogo ao Benfica, mas fechava muito os espaços de forma a não permitir o conjunto de Jorge Jesus de avançar no terreno. E por isso mesmo é que o domínio das águias não se traduziu em oportunidades de golo. E, por falar nisso, quem diria? Pois é, contra todas as probabilidades e contra a corrente do jogo, o SC Braga marca o primeiro da noite. Aos 38 minutos, marca um homem que até já foi carrasco do Benfica. Iuri Medeiros fez o que quis à entrada da área e numa grande jogada individual marca o 0-1 para a sua equipa. Mais um sinal evidente das debilidades defensivas do conjunto de Jorge Jesus.
Na segunda parte, o SC Braga entrou mais atrevido e com uma postura antagónica em relação a tudo o que fez no primeiro tempo. E se a equipa de Carlos Carvalhal marcou quando menos se esperava e quando estava a fazer pouco para concretizar, na segunda parte, os primeiros cinco minutos foram suficientes para dobrar a vantagem minhota. Aos 50 minutos, Francisco Moura aproveita um excelente passe de Al Musrati e faz o 0-2. Mas o menino fez o gosto ao pé e passados 13 minutos, Francisco Mouta volta a reforçar aquilo que parecia ser uma noite de sonho para os Gverreiros do Minho. Na sequência de uma infantilidade entre Vlachodimos e Otamendi, o número 74 dos bracarenses ganha de cabeça, marca um dos golos mais caricatos desta temporada e o terceiro da noite para a equipa do SC Braga.
A resposta do Benfica sai do banco com Seferovic a marcar aos 68 minutos, depois de um lance genial de Rafa sob o corredor direito. Dois minutos depois, o avançado do Benfica volta a assustar o Braga: Seferovic mergulha e obriga Matheus a uma grande defesa. E poucos minutos depois, Vlachodimos decide brilhar também do outro lado do campo. Aos 76′, depois de uma grande jogada que começa em Paulinho, Galeno tenta fazer um remate em arco sob Vlachodimos, mas o guardião defende com a ponta dos dedos e evita o quarto da noite.
Os restantes minutos foram igualmente intensos. O Benfica procurava o segundo golo para catapultar a equipa, pelo menos animicamente, para dar a volta à partida. Já o Braga, continuou com a sua postura de contenção, principalmente numa altura em que o conjunto de Jorge Jesus carregava cada vez mais. Aos 86′, Seferovic faz o segundo para as águias e reacende a chama da sua equipa. Mas o resultado acabou por não se alterar até ao final. O SC Braga foi cauteloso e conseguiu aproveitar, a tempo certo, as debilidades defensivas do Benfica.
A Figura
Francisco Moura – Foi um jogo de sonho para este jovem de 21 anos. Marcou dois dos três golos da sua equipa e, das duas vezes, teve a frieza necessária para decidir bem. Algo que nem sempre é fácil para jogares jovens e com pouca experiência. Sai aos 72 minutos, mas enquanto esteve dentro de campo conseguiu fazer a diferença esta noite para o Braga.
O Fora de Jogo
Everton Cebolinha – Esteve muito apagado e adormecido esta noite aqui na Luz. Podia também ter elegido a prestação da linha mais recuada das águias, onde os lances dos três golos do Braga evidenciam debilidades que fizeram a diferença esta noite. Mas, para isso, já bastava o título deste artigo.
Análise Tática – SL Benfica
O Benfica apresentou-se aqui esta noite no Estádio da Luz disposto a pagar as despesas. Assumiu o jogo e o controlo da partida num 4-1-3-2. Apesar disso, as águias não conseguiram penetrar muitas vezes o bloco defensivo dos bracarenses que se mostrou intransponível. O Benfica estava mesmo a ter muitas dificuldades em ultrapassar a muralha defensiva do adversário e mostrou ainda bastantes dificuldades nas alas.
Nota ainda para os lances de golo do Braga que evidenciaram, mais uma vez, as debilidades defensivas da equipa de Jorge Jesus. Estes lances protagonizados por Iuri Medeiros e Francisco Moura dão-nos a ideia de que qualquer jogador rápido consegue desposicionar com relativa facilidade o setor mais recuado do Benfica.
11 Iniciais e Pontuações
Odysseas (5)
Gilberto (5)
Vertonghen (6)
Everton (3)
Darwin (5)
Waldschmidt (5)
Pizzi (4)
Samaris (4)
Rafa (6)
Otamendi (5)
Nuno Tavares (6)
Subs Utilizados
Gabriel (4)
Seferovic (7)
Taarabt (5)
Grimaldo (7)
Diogo Gonçalves (-)
Análise Tática – SC Braga
O SC Braga decidiu recolher, a privilegiar mais o contra-ataque e a investir essencialmente em Galeno para o fazer durante os primeiro 45 minutos. Toda a equipa esteve muito recuada no seu meio-campo defensivo, muito compacta e a fechar espaços ao adversário num 5-3-2. Galeno e Iuri juntaram-se também ao meio-campo defensivo bracarense durante a primeira parte.
A equipa de Carlos Carvalhal conseguiu criar mais na segunda parte, mas sempre de forma contida e a evitar ao máximo erros que deixassem o conjunto bracarense descompensado. A atacar num 4-5-1 conseguiu criar mais a níveis ofensivos durante esta segunda parte que ainda conseguiu superar as expetativas da primeira. Depois dos golos do Benfica, recolheu novamente numa postura de gerir o resultado. Algo que conseguiu fazer de forma eficaz, o que lhe valeu os três pontos.
11 Iniciais e Pontuações
Matheus (7)
Tormena (5)
Sequeira (5)
Al Musrati (7)
Paulinho (6)
Bruno Viana (5)
Medeiros (7)
Ricardo Esgaio (6)
Francisco Moura (8)
Castro (6)
Galeno (7)
Subs Utilizados
João Novais (5)
Raúl Silva (-)
Rodrigo Gomes (-)"
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