"Em criança, o Benfica chegava-me pela rádio. Ouvia futebol e hóquei em patins - que era então a segunda modalidade no país, e merecia transmissões directas até mesmo do Torneio de Abertura.
Desenvolvi, por isso, uma paixão muito especial pelo hóquei. Paixão essa que, anos mais tarde, alguns sujeitos tudo têm feito para aniquilar. Jogos e títulos totalmente adulterados parecem coisa banal para a FPP e seu Conselho de Arbitragem. Caso contrário já não veríamos nas pistas árbitros ostensivamente parciais, que de forma reiterada vão guiando jogos a seu bel-prazer, e oferecendo vitórias ao clube que não escondem proteger: o FC Porto.
Nos últimos 20 anos, os portistas conquistaram 35 competições nacionais enquanto os restantes clubes ganharam, no total, apenas 29.
Além-fronteiras, no mesmo período, o FC Porto não ganhou nada, enquanto as outras equipas portuguesas ergueram 15 troféus. Só isto já permitiria tirar algumas conclusões. Percebe-se porquê.
Aquilo que se vê semanalmente é algo que me enjoa, mais do que como benfiquista, enquanto desportista e amante da modalidade.
Com a mudança das regras, o hóquei tornou-se terreno ainda mais fértil para a arbitrariedade. Qualquer jogo pode ser decidido pelo juiz a qualquer instante, e basta uma interpretação enviesada de faltas e simulações para atribuir a vitória a quem bem entendem. E entendem sempre para o mesmo lado.
O presidente da FPP já foi vítima, enquanto treinador do Benfica, deste estado de coisas. Muito se estranha que agora, no lugar que ocupa, nada esteja a ser feito para ajudar o hóquei a sair das catacumbas onde o enfiaram."
Luís Fialho, in O Benfica
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