"Parece que já não há limites para a parolice e para o provincianismo. Há já algumas semanas que a coisa se estava a intensificar, mas no fim de semana passado ultrapassou todos os limites. Os sites dos jornais desportivos descobriram um filão com as 'noticias' relacionadas com o Flamengo e o seu treinador. E passaram a inundar as suas páginas com curiosidades, revelações e faits-divers sobre a actualidade do maior clube brasileiro de futebol, o SL Benfica do Brasil, portanto.
A actualidade desportiva portuguesa passou para segundo e terceiro plano porque o amigo treinador endeusado pela comunicação social ia disputar uma final. Frederico Morais, o surfista, venceu uma das mais importantes competições internacionais e assegurou, para 2020, um lugar entre a elite do surf mundial - nem uma chamada de capa; O andebol nacional, através dos seus principais clubes, faz brilharetes nas competições europeias - quase um total esquecimento; Dérbi endiabrado na principal divisão de voleibol com vitória fora do campeão nacional - olharam para o lado, como se de um Cashball se tratasse; Mentira desportiva sempre no hóquei em patins - assobiar bem alto para disfarçar as debilidades de uma modalidade sem expressão internacional.
Atenção, isto não é para tirar o mérito à equipa técnica portuguesa que alcançou o sucesso no Brasil, tal como Manuel José e seu staff já o tinham feito na maior competição futebolística de clubes em África ou José Mourinho e seus pares na Europa. É só para lamentar termos tido mais jornalistas a cobrir a carreira do Flamengo do que as eleições que colocam um boçal no poder do mesmo país. Sim, a bola é importante, mas não é tudo na vida. E tentar fazer portuguesa uma vitória de um clube de outro país é só coisa de gente sem mundo."
Ricardo Santos, in O Benfica
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