"Na última sexta-feira, mergulhado nas emoções do jogo, Bruno de Carvalho não se conteve e disse aquilo que o árbitro do Sporting-Tondela entendeu ser suficiente para o expulsar. Horas depois, repetiu as manifestações de desagrado com Luís Ferreira e, conta quem viu, as cenas na garagem do estádio de Alvalade terão sido tudo menos edificantes. Ainda estava a quente, poder-se-á dizer, procurando temperar as culpas do presidente leonino. Porém, a forma como não só confirmou, no dia a seguir, na sessão pública que é a Assembleia Geral, que tinha dito ao árbitro «aquilo que nem o pior inimigo lhe diria», para a seguir cair na vulgaridade brejeira com a rábula do «pontapé no rabo», afasta a possibilidade de desculpabilizá-lo e revela uma determinação militante no confronto que passa ao lado do bom senso.
Pensará o presidente do Sporting - e disso não tenho qualquer dúvida - que tudo o que faz é em defesa do clube. Mas pensa mal. Atitudes como as que protagonizou no último fim de semana são prejudiciais à agremiação que lidera porque radicalizam o discurso colectivo; desresponsabilizam os jogadores; desautorizam o treinador, que deveria ser soberano no espaço sagrado que é o banco de responsáveis; e criam inevitável animosidade nos sectores visados pelas críticas.
Logo, numa altura em que se aguarda pela sentença final de Bruno de Carvalho, entretanto suspenso preventivamente, é legítimo pensar que pode ter a época em risco, por duas razões: 1) Pode sofrer um castigo com uma extensão apreciável; 2) Jorge Jesus sentir-se-á mais confortável longe da imprevisibilidade de Bruno de Carvalho."
José Manuel Delgado, in A Bola
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