"1. Há uma frase do Antigo Testamento que, em latim, vai assim: vanitas vanitatum et omnia vanitas. Eu traduzo: vaidade das vaidades, tudo é vaidade. A vaidade é uma doença. E há quem a pratique como se fosse uma religião. No futebol há os artistas - os jogadores; e os directores dos artistas - os treinadores. Todos os outros deviam reduzir-se à sua insignificância secundária. Alguns pura e simplesmente não conseguem: lá está, é uma doença.
2. Ver um árbitro num programa de televisão a distribuir beijos e abraços sublinhados com querido para aqui e querido para ali foi-me absolutamente deprimente. Senti vergonha: não por mim mas pela figurinha. Há quem chame aos árbitros juízes. Porque têm de decidir. As decisões isentas e ponderadas não se tomam por ente excessos de intimidade. Tomam-se com distância e isenção. Mas, por falar em tomar, não há compridos que se tomem contra o excesso de vaidade.
3. Tão deprimente como um árbitro que ainda percebeu que a sua função não é a de ser vedeta é ver um presidente de um clube histórico sofrer de verborreia aguda. Não controlar os músculos que comandam a língua também deve ser uma doença. Coordenar o discurso já é uma questão que não tem solução. Isto é: irremediável!"
Afonso de Melo, in O Benfica
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