"Esta é a terceira vez que digo “bem-vindo sejas” ao Nuno Gomes. A primeira vez já vai longínqua, era a saudação a uma jovem promessa do futebol. A segunda vez já era a saudação a uma certeza do futebol, feita de benfiquismo, de classe e inteligência fora e dentro do campo. O primeiro regresso foi um momento de renovar a esperança no futuro e uma garantia de que Nuno Gomes era um fiel depositário dessa esperança. Regressou já como um capitão, um líder da equipa, independentemente de ostentar ou não a braçadeira.
Nas doze épocas de Benfica soube ser e soube estar, soube ser o tempo e o modo, soube ser o profissional, o adepto e assumir o papel de símbolo que a muito poucos está reservado e que, no futebol moderno, é cada vez mais escasso. Para se ser símbolo é necessário ter a mística, a fidelidade, a classe e a paixão pelo Clube. Nuno Gomes soube ter tudo isto. Nos tempos que correm, estes símbolos escasseiam e são essenciais como referência. Depois de ter saído para terminar a carreira noutras paragens (nunca gostei da ideia de o ver jogar por outro clube português que não o nosso), regressa pela segunda vez à nossa casa.
Em Maio do ano passado, no aeroporto de Amesterdão, depois de uma final europeia perdida, encontrei o adepto Nuno Gomes, anónimo na multidão, de cachecol, aborrecido com a derrota, mas orgulhoso pelo benfiquismo. Disse-lhe pessoalmente que estava chegado o momento de lhe dar, novamente, as boas-vindas ao Benfica, agora na condição de dirigente. Quase um ano depois, as boas-vindas estão consumadas. O futuro do Benfica constrói-se dirigido, também, com símbolos como Rui Costa e Nuno Gomes. Dêmos, então, as boas-vindas ao futuro."
Pedro F. Ferreira, in O Benfica
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