"Os encarnados eclipsaram o FC Porto como há muito não se via.
Se a vitória do Benfica era desfecho a considerar, de entre as outras hipóteses que restavam, igualmente aceitáveis, já a forma clara como ela foi alcançada é que não estaria nas previsões gerais. O FC Porto sempre constituiu adversário de respeito e, mesmo em fases ditas de menor acerto, soube dar a volta à situação e, em muitos casos, impor a sua lei. Na Luz que fosse. Não foi, contudo, o caso de agora, como já não tinha sido no jogo de Alvalade, embora aí, com um "nulo" milagroso, tivesse conseguido evitar o desaire.
Depois de um minuto de silêncio, apenas interrompido pelos energúmenos do costume, deu-se início à função. As duas equipas apresentaram os "onzes" que, com ligeiríssimas alterações, já se esperava. No Benfica, Jesus manteve Oblak na baliza, Matic e Enzo foram o "pulmão" do conjunto, que contou com a ajuda de Markovic e Gaitán, nas faixas, além de Rodrigo e Lima, na frente. O FCPorto inovou apenas com a chamada de Otamendi (saiu Maicón), na defesa, conservando Lucho e Fernando no meio, Carlos Eduardo na posição de apoio a Jackson e Varela e Licá, nos flancos.
O Benfica mostrou desde logo maior solidez na manobra a meio-campo e se um centro de C. Eduardo ainda provocou algum alvoroço, Markovic depressa se encarregou de o fazer esquecer. O sérvio teve uma arrancada, como aquela que fizera em Alvalade, só que aqui, em vez de concluir com remate, terminou com um passe de génio para Rodrigo. Alguma lentidão de Danilo e um pontapé fabuloso do espanhol fizeram o resto. Aos 13', o Benfica passava a ganhar por 1-0 e a denunciar então o à-vontade necessário para se impor a um adversário muito encolhido e sem grandes ocasiões para servir com perigo o desamparado Jackson, ainda assim o mais perigoso dianteiro azul e branco.
Ambos os técnicos não mexeram nas equipas ao intervalo e seria o Benfica a reiniciar melhor o jogo, através de uma maior clarividência na zona intermediária, que permitia aos encarnados sair com mais frequência com a bola controlada. Markovic voltou a testar Helton e, da pressão então exercida, nasceu o 2-0, na sequência de um canto de Enzo. Foi seu autor Garay, antecipando-se a Mangala e Helton, muito mal na saída da baliza.
Toque a rebate no FC Porto. Entrou Quaresma, que assim regressava ao futebol português após longos anos de ausência, mas esteve longe de constituir solução. De resto, a partida atravessava nessa altura o seu momento mais efervescente. O árbitro, até então muito contido nos cartões, mostrou quatro de uma assentada, três dos quais para os jogadores visitantes.
Mas não podem estes queixar-se do excesso de cartolina, já que uma mão clara de Mangala, em plena área, ficou por assinalar, o que poderia ter tornado tudo ainda mais difícil para o FC Porto. Paulo Fonseca tentou ainda injectar frescura, com a troca de Lucho por Josué, mas a expulsão de Danilo, por acumulação (simulou "penalty" em lance com Garay), voltaria a deitar tudo a perder.
A ganhar por 2-0, o Benfica fez o que se impunha. Prescindiu de um avançado, no caso Rodrigo, entrando Rúben Amorim para reforçar o flanco e cortar de vez qualquer hipótese a um FC Porto, reduzido a 10, já sem grandes ideias nem capacidade física ou anímica para inverter a situação. Há já muito que o Benfica não ganhava ao FC Porto tão claramente na Luz."
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