"1. Havia gente nervosa no Estádio Municipal de Coimbra no final do jogo entre a Académica e o FC Porto. Normal. Há gente que não sabe o que é perder, sobretudo quando o árbitro (orgulhosamente profissional!) faz o seu trabalho e esse trabalho se resume em contribuir de toda a forma que está ao alcance do seu apito para que aqueles que não sabem perder nunca percam. Anda assim, de 60 em 60 jogos, lá vem uma derrota. E o povo, esse, enerva-se.
2. O presidente do FC Porto não foge no apoio ao seu treinador em desgraça. Saiu do Estádio Municipal de Coimbra de braço dado com a infeliz figura. Ao ouvir os primeiros insultos, consta que lhe terá dado no pescoço um beijo significativo. Depois, o treinador entrou no autocarro que seguia para as Antas e o presidente do FC Porto subiu para a sua limusine presidencial. Aqui, os caminhos separaram-se...
3. Nas Antas, o povo enervado recebeu a equipa e o pobre treinador com insultos, pedras e tochas acesas. Parece que, por falar em tochas acesas, apareceu um iluminado a jurar que há por todo o Portugal treinadores aflitos para serem recebidos com insultos, com pedras e com tochas acesas. Por seu lado, o presidente do FC Porto, pode não ser o «Lone Ranger», mas também não é tonto. Dispensa insultos, dispensa pedras e dispensa tochas acesas. Fica-se pelo beijo que se solta...
4. Quem, de facto, parece gostar de insultos, de pedras e de tochas acesas são os polícias que guardavam esse local pacífico que se chama Antas e não por acaso foram em tempos locais de descanso eterno. Pelo menos desta vez não se queixaram. Nem moveram processos..."
Afonso de Melo, in O Benfica
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