"A questão é muito interessante do ponto de vista económico. Se a afirmação da Benfica TV quebra o monopólio da Sport TV, como é que o aumento da concorrência obriga os espectadores a pagar mais para ver os mesmos jogos?
Há várias forças em jogo.
Primeiro, tanto o Benfica como a Sport TV parecem perder dinheiro a curto prazo, pois se o Benfica vendesse os seus jogos por 22 milhões de euros (como foi noticiado durante as negociações) a Joaquim Oliveira, corria menos risco e teria mais receita no imediato.
Por outro lado, a Sport TV não só tem perdido assinantes por causa da crise como está a lançar preçários mais baixos, logo menos rentáveis.
Isso significa que ou este duopólio está concertado (o que parece impossível) ou em causa está uma guerra de poder em que o Benfica se emancipa ao poderoso Joaquim Oliveira para se constituir como uma alternativa.
O Porto e o Sporting não estão hoje preparados para semelhante passo.
Acontece que há outras duas forças em jogo, acima destas: a Zon (controlada por Isabel dos Santos e, em breve, pela Sonae) e a Meo (da Portugal Telecom).
Sem a PT nunca teria existido a Benfica TV; PT e Zon conseguem mandar hoje na Sport TV.
Ora, estas duas empresas estão interessadas em maximizar a receita conjunta dos dois canais de TV, não numa guerra de preços entre eles que destrua valor.
Os valores de adesão à Benfica TV são impressionantes e mostram que este projecto não foi um fogacho. Com a passagem do tempo, é provável que a Benfica TV ganhe mais conteúdos e venha a subir o preço, ao passo que a Sport TV o descerá.
É isso que a concorrência aponta. Mas é preciso que, acima da concorrência entre os dois canais, a concorrência entre os dois operadores o permita.
Se não for assim, os jogos de poder nunca beneficiarão os clientes. Só a Zon e a Meo."
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!