"Gostei de ver, esta semana, Jorge Jesus na Universidade. Demonstrou sapiência e convencimento. Não ouviu, claro está, o 'Grândola Vila Morena', ouviu aplausos altissonantes, também não ouviu assobios.
Assobios que ouviu, Jesus e a equipa, no termo do embate com o Bordéus, partida da primeira eliminatória da Liga Europa, disputada na Luz. Também gostei de ouvir Jorge Jesus subestimar os assobios e aplaudir o comportamento da claque, incessante no estribamento do colectivo.
Na altura em que escrevo estas linhas, desconheço o resultado dapartida de ontem, por mais que acredite no sucesso da empreitada benfiquista. A despeito disso, não posso é aceitar que alguns dos nossos adeptos tenham apupado a formação e o técnico. O Benfica não fez uma exibição opulenta, vistosa, convincente? Verdade que não, terá feito os serviços mínimos. Jogou frente a uma equipa menor? Também não. Este Bordéus até tem um orçamento superior ao nosso, jogadores internacionais de vários países, ainda que a classificação, na Liga francesa, não seja consonante com o valor do plantel.
O Benfica, até à partida de ontem, tinha um registo de 40 jogos, repartidos por 31 vitórias, 7 empates e apenas duas derrotas, na Rússia e em casa perante o Barcelona. Motivo para assobios? Motivo para aplausos, fortes e justos aplausos. Apupar a equipa é uma atitude antibenfiquista, já temos gente de sobra a fazê-lo e até com sanha. Este Benfica, no decurso de uma das suas melhores temporadas de sempre, merece apoio entusiástico e unânime dos aficionados. Também é por aí que se podem abrir as janelas ao sol do sucesso."
João Malheiro, in O Benfica
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