"A Selecção da Federação Portuguesa de Futebol foi obrigada a jogar num campo de futebol bósnio que tinha um relvado num estado miserável e, para o piorar, os malvados bósnios até ousaram regar os poucos tufos de relva antes do jogo.
Não houve alma ligada ao futebol luso que não se tivesse indignado. Todos foram profícuos na adjectivação da situação: vergonhoso, ultrajante, inaceitável… Todos, sem excepção, condenaram o crime de lesa futebol, lesa verdade desportiva e lesa virilidade lusitana que os bósnios perpetraram. Houve jornalistas e opinadores que se revoltaram contra o facto de a Direcção da FPF se revoltar apenas nas entrevistas e não se revoltar formalmente, em documento próprio e enviado à UEFA, FIFA, ONU e Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. O Madaíl, antes que os indignados o atolassem no lamaçal bósnio, lá preencheu a papelada e, formalmente, lavrou protesto. Os indignados suspiraram de alívio e o Madaíl também. Jogaram, mas jogaram sob protesto. Foi comovente ver tamanha indignação, tamanha revolta e tamanha luta pela dignidade que deve ser inerente a qualquer partida de futebol.
Assim, percebemos todos que um ervado mal semeado e abundantemente regado é, obviamente, algo de inaceitável para quem manda no futebol português e para os jornalistas desportivos lusos. Pelo contrário, apedrejar selvaticamente um autocarro com os futebolistas lá dentro, obrigar a equipa adversária a equipar-se fora do balneário, agredir os jogadores adversários com bolas de golfe durante os jogos, interromper sucessivamente um jogo com apagões de luz, receber árbitros no domicílio na antevéspera de um jogo, oferecer prostituas a árbitros depois dos jogos ou aliciar futebolistas adversários com futuros contratos… são práticas consideradas normais.
Abençoado futebol bósnio."
Pedro F. Ferreira, in O Benfica
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