"UM DOS 12 BICAMPEÕES EUROPEUS DE ÁGUIA AO PEITO, ALINHOU PELA EQUIPA DE HONRA DO CLUBE
EM 7 TEMPORADAS, NUM PERCURSO MARCADO POR TÍTULOS IMPORTANTES E LESÕES QUE IMPEDIRAM
UM PROTAGONISMO MAIS ACENTUADO. TINHA 58 ANOS QUANDO FOI ASSASSINADO NUMA DISPUTA FAMILIAR
No dia 6 de novembro,
completaram-se 90 anos
sobre a data de nascimento de Serra, um dos
jogadores que se sagraram bi -
campeões europeus com a camisola do Sport Lisboa e Benfica.
Aos 58 anos, foi assassinado
numa disputa familiar.
Defesa-central de origem, lançado nessa posição e posteriormente adaptado à direita defensiva por Otto Glória, foi com Béla
Guttmann que Serra escreveu as
suas páginas de glória suprema
ao serviço do Benfica.
É, por vezes, relegado para
uma espécie de segundo plano
dos campeões europeus por não
ter jogado em qualquer das finais
europeias vitoriosas do Benfica.
Porém, o seu contributo revestiu-se de relevância em ambas as
conquistas.
Serra, nascido em 6 de novembro de 1935, chegou ao Benfica em 1954/55, proveniente do
Atlético do Cacém, para integrar
o plantel dos juniores, sagrando-
-se campeão distrital e nacional
da categoria. Na época seguinte
foi utilizado em duas equipas,
aspirantes e reservas.
Em 1956/57 continuou a evoluir nas reservas, até que, em
17 de fevereiro de 1957, foi chamado à primeira categoria para
defrontar o Belenenses num
encontro amigável. A estreia em
competições oficiais ao mais alto
nível ocorreu em 10 de março
seguinte, num desafio com
o Barreirense na Luz que as
águias venceram por tonitruantes 10-1. No que restou da temporada, Serra tornou-se numa
escolha habitual de Otto Glória,
mesmo sendo por vezes chamado a atuar pelas reservas. Fez
3 jogos no Campeonato Nacional,
8 na Taça de Portugal, incluindo
a final, e ainda 2 na Taça Latina,
numa edição em que o Benfica
foi derrotado, por 1-0, pelo Real
Madrid na final disputada em
pleno Santiago Bernabéu. Foi
campeão nacional e vencedor da
Taça de Portugal.
Na época seguinte, acabou por
não ser tão utilizado como se
poderia prever, também devido a
alguns problemas físicos. Ainda
assim, fez várias partidas, entre
as quais as 2 com o Sevilha da
estreia benfiquista na Taça dos
Clubes Campeões Europeus. Volvida a época, Otto Glória atribuiu
um novo papel a Serra, a direita
da defesa, conferindo-lhe a titularidade absoluta. Foi um dos
esteios da conquista da Taça de
Portugal em 1958/59.
A chegada de Béla Guttmann
ao Benfica representou uma continuidade na aposta em Serra. Na
época de estreia no Clube do treinador húngaro, o defesa-direito foi
um dos artífices do título nacional
conquistado. Assim como foi do
bicampeonato e da Taça dos Clubes Campeões Europeus ganhos
na temporada seguinte.
No que respeita à primeira
caminhada europeia gloriosa,
Serra atou em 3 encontros, sendo
titular na 1.ª mão das meias-finais com o Rapid Viena.
Porém, uma grave lesão (partiu a
clavícula esquerda) numa visita
ao FC Porto a anteceder a 2.ª mão
da meia-final impediu-o de dar
o seu contributo à equipa no
remanescente da temporada.
Em 1961/62, de novo acometido por várias lesões, alinhou
tanto na primeira categoria como
nas reservas. Participou em
3 encontros da revalidação do
título europeu pelo Benfica e fez
parte da caminhada triunfal benfiquista na Taça de Portugal
nesta temporada.
Serra ainda jogou mais
1 época no Benfica, mas foi utilizado apenas 1 vez na primeira
equipa (com o Luso do Barreiro a
contar para a Taça de Portugal).
Disputou 146 jogos, dos quais 113
em competições oficiais. Ajudou
o Benfica a conquistar 2 Taças
dos Clubes Campeões Europeus,
3 Campeonatos Nacionais e 3
Taças de Portugal. É uma glória
do Benfica!"
João Tomaz, in O Benfica

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