Últimas indefectivações

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Manto Verde


"Há uns anos, quando o VAR foi implementado no futebol, diziam-nos que a polémica em torno das arbitragens iria dissipar-se e que a verdade desportiva seria sempre salvaguardada.
Vemos agora que nenhuma das profecias se tornou realidade. Pelo contrário, o que sucede é que erros outrora compreensíveis, pela velocidade do jogo e pela necessidade de decidir no momento, deixaram de ter qualquer justificação.
Vejamos o caso paradigmático da final do Jamor. Sem VAR, até poderíamos aceitar que uma bárbara agressão tivesse passado despercebida ao árbitro de campo, eventualmente com o ângulo de visão obstruído por outros jogadores. Mas com o lance a ser visto e revisto por alguém refastelado numa boa cadeira, com vários ecrãs de televisão diante do nariz, ninguém compreende aquilo a que eu tenho dificuldade em chamar um “erro”.
Também na temporada passada houve uma grande penalidade inexistente no Benfica-Arouca, que então o VAR (e bem) invalidou, mas que António Nobre, sabe-se lá porquê, insistiu em assinalar. O resultado desse jogo acabou por ser determinante nas contas finais do título. Na última jornada deste Campeonato voltámos a ver “erros” grosseiros condicionarem resultados. Ora por omissão do VAR, no Benfica-Casa Pia, ora por falta de vista de um fiscal-de-linha no Santa Clara-Sporting.
O pior de tudo isto é que, em lances distintos, em momentos distintos, com intérpretes distintos, identificamos um único padrão: o Benfica prejudicado e o Sporting beneficiado.
Diz Frederico Varandas que houve demasiado barulho por um pontapé de canto. Não foi um pontapé de canto – foram um Campeonato e uma Taça subvertidos, foi uma classificação adulterada.
Tivemos disto, durante décadas, com outras cores. Temo estarmos perante um novo “Apito Dourado”, agora vestido de verde e branco."

Luís Fialho, in O Benfica

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