"1. Não haverá nenhum árbitro português no Mundial de Clubes que arranca nos EUA daqui a dois meses. Que chatice.
2. Toda a gente sabe que os EUA são o país que inventou a indústria do entretenimento e que sempre explicou a sua aversão ao soccer - o futebol tal como o conhecemos e amamos - pelo facto de ser um jogo em que 'não se passa nada' ao maior parte do tempo e que até pode terminar com resultados de zero-a-zero, sendo isso, o zero-a-zero, considerado a afronta das afrontas ás leis locais do entretenimento.
3. Por tudo isto, para os norte-americanos para quem o soccer é um longo bocejo de 90 minutos, que extraordinário contributo forneceria ao Mundial de Clubes no país do show business a presença daquele árbitro português que, ainda recentemente, explicou ao microfone a 60 mil pagantes num estádio de futebol que uma sua determinada decisão se justificou por causa da ação de um determinado jogador que 'rasteirou com a cabeça' um adversário.
4. Proezas físicas destas, rasteiras com a cabeça, são o que faz falta nos EUA para fazer levantar um estádio em delírio de modo que o soccer atinja um plano de notoriedade e de sucesso no país onde o show business é uma religião. E como se dirá 'rasteirou com a cabeça' em inglês? Sim, porque o árbitro, obrigatoriamente um poliglota, teria de explicar ao microfone para o público norte-americano, como fez recentemente num estádio em Portugal para o público nacional, os ditames das rasteiras com a cabeça e o seu impacto na indústria do futebol e na indústria do circo.
5. È da exclusiva competência dos dirigentes do Benfica ligar com acontecimentos tão estrambólicos como os do último domingo pelo final da tarde no Estádio da Luz. Os dirigentes do Benfica têm o dever e a autoridade institucional de defender o Clube porque é, justamente, para isso que são eleitos de 4 em 4 anos. Não cabe aos comentadores, nem aos sócios, nem aos simpatizantes o exercício dessas funções altamente profissionalizadas.
6. Os comentadores, os sócios e os adeptos mandam 'bitaites', não têm 'poder' nenhum a não ser o da paixão que têm pelo Clube. É verdade que a paixão move montanhas, mas, não podendo exorbitar as suas funções, os comentadores comentam, os sócios apoiam as nossas equipas, os simpatizantes simpatizam com as nossas cores. Os dirigentes dirigem, estabelecem políticas, e o seu trabalho é avaliado periodicamente. É assim o Benfica.
7. Seria excelente que os benfiquistas não se deixassem distrair pelo circo de notícias à pressão sobre contratações extraordinárias, para a próxima temporada, que são, objetivamente, uma desconsideração pelos jogadores do atual Benfica, que é o nosso, é o que temos, não há outro."
Leonor Pinhão, in O Benfica

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