"No momento em que escrevo esta crónica, ainda não é conhecido o próximo treinador do Benfica. Muitos nomes têm sido apontados á sucessão de Roger Schmidt, felizmente ainda ninguém falou no meu. Ser treinador na bancada é uma coisa, ser treinador no banco é outra completamente diferente. Prefiro continuar a fazer bem o meu trabalho como adepto, porque à frente da equipa técnica num isso tem sido suficiente. Nos últimos 15 anos, o Benfica iniciou a temporada com quatro treinadores diferentes, embora iguais em dois aspetos que nos devem refletir: todos abandonaram o Inferno da Luz debaixo de brasas. Porquê?, pergunta o leitor e muito bem. Porque o calor do Inferno da Luz não só não tem conseguido travar a entrada de lenha atirada pela comunicação social como ainda vai contribuindo para aquecer o lume com algumas acendalhas.
Jorge Jesus, Rui Vitória, Bruno Lage e Roger Schmidt, todos receberam medalhas de campeão antes de receberem ordem de demissão. Pudera, não é de admirar que, com todas as labaredas provocadas, acabem por ir sendo queimados.
O presidente, Rui Costa, tem a impossível missão de agradar a todos os benfiquistas, mas esta é uma boa oportunidade para contrariar a última década e meia se houver prudência: para além da equipa técnica, talvez faça sentido contratar também uma equipa de bombeiros.
Quando o discernimento dos benfiquistas perceber que o Inferno só é poderoso quando a chama que mais lavra é a chama imensa, teremos o Benfica com que sonhamos. Esta é uma bela oportunidade para pousarmos os fósforos e pegarmos nas mangueiras. Venha quem vier, será o meu treinador."
Pedro Soares, in O Benfica
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