"Nos últimos dias, tem circulado muita desinformação acerca da situação financeira da Benfica SAD. Para esclarecer os dados e evitar interpretações incorretas, apresentamos a nossa análise ao Relatório e Contas de 2023/24.
📉 𝗣𝗿𝗲𝗷𝘂𝗶́𝘇𝗼 𝗱𝗲 𝟯𝟭,𝟰 𝗠𝗶𝗹𝗵𝗼̃𝗲𝘀: 𝗖𝗼𝗻𝘁𝗲𝘅𝘁𝘂𝗮𝗹𝗶𝘇𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼
É verdade que o Benfica registou um prejuízo de 31,4 milhões de euros no último exercício. Contudo, este valor é o resultado de vários fatores conjunturais. A direção já tinha já sinalizado no R&C Semestral que, sem uma grande venda antes de julho, seria inevitável um prejuízo significativo.
𝗔𝘁𝗿𝗮𝘀𝗼 𝗻𝗮𝘀 𝗧𝗿𝗮𝗻𝘀𝗳𝗲𝗿𝗲̂𝗻𝗰𝗶𝗮𝘀: Devido ao Europeu da Alemanha, as transferências mais relevantes, como as de João Neves, David Neres, e Marcos Leonardo, foram finalizadas após o fecho do exercício. Estas vendas, que totalizaram mais de 138 milhões de euros, só serão refletidas no próximo R&C, e terão um impacto positivo no balanço financeiro.
📊 𝗥𝗲𝗰𝗲𝗶𝘁𝗮𝘀 𝗢𝗽𝗲𝗿𝗮𝗰𝗶𝗼𝗻𝗮𝗶𝘀 𝗲𝗺 𝗠𝗮́𝘅𝗶𝗺𝗼𝘀 𝗛𝗶𝘀𝘁𝗼́𝗿𝗶𝗰𝗼𝘀
Apesar do prejuízo, as receitas operacionais do Benfica SAD atingiram o segundo maior valor de sempre, com 179 milhões de euros. As receitas comerciais e de bilhética foram as maiores de sempre, o que reflete o crescimento da marca e o apoio incondicional dos adeptos. O único fator que causou uma quebra foi a performance na Champions League, que resultou numa diminuição de 25 milhões de euros face ao exercício anterior.
⚠️ 𝗖𝘂𝘀𝘁𝗼𝘀 𝗢𝗽𝗲𝗿𝗮𝗰𝗶𝗼𝗻𝗮𝗶𝘀: 𝗨𝗺 𝗗𝗲𝘀𝗮𝗳𝗶𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗘𝘅𝗶𝗴𝗲 𝗔𝗷𝘂𝘀𝘁𝗲𝘀
Se as receitas atingiram recordes, também é verdade que os gastos operacionais se mantiveram elevados. O Benfica gastou 86 milhões de euros em Fornecimentos e Serviços Externos (FSE) e 110 milhões de euros em Gastos com Pessoal, o que inclui remunerações e prémios. Embora tenha havido uma redução de 14 milhões face a 2022/23, devido à ausência de títulos, a direção tem vindo a implementar uma política de contenção e otimização de custos, já visível na redução significativa no segundo semestre.
📈 𝗗𝗶́𝘃𝗶𝗱𝗮 𝗟𝗶́𝗾𝘂𝗶𝗱𝗮 𝗲 𝗚𝗲𝘀𝘁𝗮̃𝗼 𝗱𝗲 𝗟𝗶𝗾𝘂𝗶𝗱𝗲𝘇
Um dos pontos críticos do relatório é a dívida líquida, que registou um aumento considerável. No entanto, este aumento reflete, em grande parte, o desfasamento entre os 115,5 milhões de euros a receber e os 177,2 milhões a pagar. Para lidar com este desequilíbrio, o Benfica teve de recorrer a empréstimos bancários de curto prazo, no valor de 37,2 milhões de euros. Estes empréstimos foram essenciais para garantir a liquidez necessária ao longo da temporada, sobretudo num período de taxas de juro elevadas, que aumentaram o custo financeiro para 21,8 milhões de euros.
🏦 𝗔𝗺𝗼𝗿𝘁𝗶𝘇𝗮𝗰̧𝗼̃𝗲𝘀 𝗲 𝗼 𝗜𝗺𝗽𝗮𝗰𝘁𝗼 𝗖𝗼𝗻𝘁𝗮𝗯𝗶𝗹𝗶́𝘀𝘁𝗶𝗰𝗼
Um dos aspetos muitas vezes mal compreendidos são as amortizações dos passes de jogadores, que atingiram 44,9 milhões de euros. Embora não representem um custo real imediato em termos de saída de dinheiro, têm impacto no cálculo do prejuízo. Este valor é o reflexo do forte investimento do Benfica no mercado nos últimos anos. Com uma política de retenção de talentos e uma maior aposta na formação, estas amortizações tenderão a reduzir, o que melhorará os resultados futuros.
💼 𝗠𝗲𝗱𝗶𝗱𝗮𝘀 𝗜𝗺𝗽𝗹𝗲𝗺𝗲𝗻𝘁𝗮𝗱𝗮𝘀 𝗽𝗲𝗹𝗮 𝗗𝗶𝗿𝗲𝗰̧𝗮̃𝗼
A direção, com o recém-nomeado CFO Nuno Catarino, já deu sinais claros de que irá tomar medidas fundamentadas para enfrentar os desafios financeiros. Alguns ajustes já se refletem neste exercício, como a redução da massa salarial e o ajuste de contratos operacionais, evidências de que o clube está comprometido em otimizar os custos sem comprometer a competitividade desportiva. A aposta em profissionais de renome como Catarino demonstra o esforço contínuo da direção para equilibrar as contas e garantir uma gestão financeira sustentável.
⚽ 𝗣𝗲𝗿𝘀𝗽𝗲𝘁𝗶𝘃𝗮𝘀 𝗙𝗶𝗻𝗮𝗻𝗰𝗲𝗶𝗿𝗮𝘀: 𝗥𝘂𝗺𝗼 𝗮 𝘂𝗺 𝗘𝗾𝘂𝗶𝗹𝗶́𝗯𝗿𝗶𝗼 𝗦𝘂𝘀𝘁𝗲𝗻𝘁𝗮́𝘃𝗲𝗹
Com o impacto das transferências ainda por contabilizar, a previsão é que o próximo exercício traga resultados significativamente mais positivos. As receitas estão em máximos históricos, e a gestão financeira está a ser ajustada para garantir um equilíbrio sustentável entre os custos operacionais e as receitas. O Benfica tem, por isso, todos os elementos para continuar o caminho de crescimento, tanto no campo financeiro quanto no desportivo.
🔜 𝗖𝗼𝗻𝗰𝗹𝘂𝘀𝗮̃𝗼
O relatório financeiro reflete uma fase de transição, mas a estratégia aponta para um futuro de maior equilíbrio e sustentabilidade. Com uma gestão focada no longo prazo, o Benfica está muito bem posicionado para continuar a ser uma referência no futebol português e europeu, dentro e fora de campo.
𝗘𝘅𝗽𝗹𝗶𝗰𝗮𝗰̧𝗼̃𝗲𝘀 𝗮𝗱𝗶𝗰𝗶𝗼𝗻𝗮𝗶𝘀:
𝟭. 𝗗𝗶́𝘃𝗶𝗱𝗮 𝗲 𝗹𝗶𝗾𝘂𝗶𝗱𝗲𝘇: O aumento da dívida é explicado pelo desfasamento entre os valores a receber e a pagar, que foi gerido com recurso a empréstimos de curto prazo.
𝟮. 𝗔𝗺𝗼𝗿𝘁𝗶𝘇𝗮𝗰̧𝗼̃𝗲𝘀: Esclarece-se o impacto contabilístico das amortizações dos passes de jogadores, que não representam uma saída imediata de dinheiro, mas influenciam o resultado líquido.
𝟯. 𝗖𝘂𝘀𝘁𝗼𝘀 𝗰𝗼𝗺 𝗣𝗲𝘀𝘀𝗼𝗮𝗹: Destaca-se a gestão eficiente da massa salarial, com uma redução significativa de prémios variáveis face ao ano anterior.
𝟰. 𝗥𝗲𝗰𝗲𝗶𝘁𝗮𝘀 𝗼𝗽𝗲𝗿𝗮𝗰𝗶𝗼𝗻𝗮𝗶𝘀: Foco no aumento das receitas operacionais, principalmente em áreas como bilhética e patrocínios, e no impacto negativo da menor performance nas competições europeias."
Julgo que o cfo Catarino , a acreditar nas notícias que li, só iniciará funções em janeiro pelo que não pode ser ele o responsável pelas medidas de contenção de custos que eventualmente estejam a ser tomadas
ResponderEliminarportanto estes idiotas acham que temos umas receitas operacionais nos máximos históricos e mesmo assim temos estes enormes prejuízos e no meio não existe nada de errado.
ResponderEliminara redução no custo na massa salarial que existiu no segundo semestre foram de custos variáveis, aqueles que todos gostamos que sejam pagos.