"Nos dias que correm, é impossível ficar indiferente ao momento desportivo do SL Benfica, que vai encantando não só em Portugal, como por toda a Europa. É preciso estar muito distraído para não reparar na época brilhante que os encarnados têm realizado e não é muito difícil entender o porquê. Afinal, este campeonato começou a ser cozinhado em abril de 2022….
Por essa altura, o Benfica estava a quinze pontos do líder FC Porto e nos quartos de final da Liga dos Campeões, com os ânimos longe de serem os ideais. O treinador era Nélson Veríssimo, o segundo da época, o plantel estava de rastos e esse mês começou com uma derrota em Braga contra o SC Braga, seguida por outra contra o Liverpool. Foi por aí que começaram a surgir rumores da possível contratação de um certo treinador alemão que treinava o PSV Eindhoven.
É fácil olhar agora e dizer que era a escolha absolutamente certa, mas naquele momento foi uma opinião dividida. Embora Roger Schmidt já tivesse um percurso reconhecível, marcado sobretudo pelas suas equipas eletrizantes, havia quem achasse que Nélson Veríssimo merecia o benefício da dúvida de uma época completa, atribuindo-lhe o mérito de ter eliminado o Ajax na Liga dos Campeões e com a benesse de ser um homem da casa.
Rui Costa avançou e o germânico tinha uma tarefa difícil. Isto porque é igualmente fácil de olhar para o 11 encarnado e dizer que é o melhor dos últimos anos, mas se virmos bem, quantos destes é que não estavam nos quadros do Benfica na época passada? Oito dos jogadores que costumam ser titulares no onze base de Roger Schmidt já estavam ligados contratualmente ao clube, para não falar de outros.
É fácil de dizer que Florentino Luís é um dos médios defensivos com mais qualidade no mundo, mas antes do técnico alemão o jovem esteve emprestado durante dois anos, sem grande tempo de utilização. António Silva estava muito longe das luzes da ribalta, João Mário era suplente e até muitas vezes preterido da convocatória por Nélson Veríssimo – muitos diziam até que nunca contaria para Schmidt pela ‘falta de intensidade’ -, Gonçalo Ramos jogava a segundo avançado ou até médio centro e era muitas vezes acusado de não ter golos.
Contando também com Otamendi, Grimaldo, Rafa, Chiquinho e Odysseas que nunca foram consensuais – o grego ainda não o é -, a tarefa não era fácil. O maior mérito do alemão foi pegar numa equipa fragmentada, construí-la e trabalhá-la e, sobretudo, dar-lhe uma identidade. Os jogadores não são muito diferentes do ano passado, mas a equipa é completamente diferente.
Mais do que as vitórias, esta equipa tem uma identidade clara, um rumo nítido e um trabalho identificado, que começa na chegada do treinador alemão e que tem culminado numa época que faz sonhar. Poderá até não conquistar nada a nível de títulos, no entanto, o trabalho desenvolvido é muito acima do expectável há um ano.
Chegaram Neres, Bah e até Fernández, mas a contratação da época foi, sem dúvida alguma, Roger Schmidt."
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!