"Uma festa de homenagem à comissão administrativa da secretaria reuniu uma plêiade de artistas num evento inesquecível
Em Abril de 1950, terminava o mandato da Comissão Administrativa da Secretaria do Benfica, da qual faziam parte nomes como Maximiano Varges, José Silvestre, Uriel Cardoso Saraiva e Fausto Marques. Homens de acção, legaram aos sócios e simpatizantes do Clube importantes melhoramentos na secretaria da Rua do Jardim do Regedor, como a compra de equipamento de som e a ampliação do Posto Médico.
O fim do seu mandato exigia uma inesquecível festa de homenagem. A organização ficou a cargo de Aníbal Nazaré e Nelson Barros, sócios do Clube e prestigiados escritores teatrais, autores dos famosos diálogos da 'Lelé e do Zéquinha', folhetim radiofónico que na época pôs todo o país a rir.
Tendo por tema 'Festa a Bordo', o salão de festas da secretaria estava engalanado com motivos que remetiam para a ambiência marítima dos grandes paquetes, tendo sido inclusive distribuídos bonés de marinheiro com a palavra Benfica. Um trio composto por igrejas Caeiro, José Castelo e Jorge Alves ficou encarregado da apresentação do brilhante ato de variedades, irradiando a sua boa disposição e alegria a todos os que ali se encontravam presentes. Numa sala completamente esgotada, o público vibrou com as atuações da fadista Deolinda Rodrigues, e notável declamadora Bárbara Virgínia, o humor de Humberto Madeira, variados artistas da rádio como Júlia Barroso, Maria Odete, Marta Teler, Horácio Reinaldo ou ainda Selva de Almeida, trajando um elegante vestido com as cores do Benfica. O ato terminou de forma estrondosa com a atuação de Vasco Santana e Irene Velez, que protagonizaram um número da série 'Lelé e Zequinha' intitulado 'Um Benfica - Sporting em casa do Zéquinha'.
Findo o ato de variedades, a Comissão Administrativa ofereceu a todos os artistas uma ceia volante, durante a qual foram oferecidos lembranças a todos os artistas, tendo Rebelo da Silva agradecida em nome do Clube e sua gentil colaboração.
A festa continuou ao som das mais modernas músicas de jazz executados pela orquestra regida por Miguel de Oliveira, convidando toda a assistência a um pezinho de dança. No concurso de danças de salão, o futebolista Francisco Albino e sua filha arrebataram o primeiro prémio, revelando-se exímios dançarinos de 'raspa'. A assistência não arredava pé e dançou-se alegre e vibrantemente pelos salões da secretaria até o sol raiar.
Para conhecer mais históricos sobre os espaços emblemáticos benfiquistas, visite a área 17 - Chão Sagrado do Museu Benfica - Cosme Damião."
Ricardo Ferreira, in O Benfica
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