"A Crónica: Os Extraterrestres Também Cedem
Surgem sempre dúvidas quando a possibilidade de sucesso é demasiado remota para acreditarmos que um objetivo seja possível. No entanto, como dizia o poeta clássico Virgílio, “a audácia é a única que nos pode levar até às estrelas” e, acrescento, as causas pelas quais vale a pena lutar são as que parecem à partida perdidas.
Onde quer que estejamos, há sempre alguém a olhar para a mesma estrela que nós. É quando ficam descontentes com a força do escuro que descem à terra e mostram que dar cor ao céu é apenas parte do que sabem fazer.
Messi, Neymar e Mbappé são parte da constelação enviada ao mundo dos comuns para exibir aos possuidores de capacidades quejandas o que se faz noutras galáxias. Um momento de humildade em que os extraterrestres convivem com os humanos.
Essas estrelas, que são telhado para tantos, deixaram rapidamente o SL Benfica sem chão. Foi precisamente este trio que deu o rasgo de luz a um estádio já por si cheio dela. Grimaldo perdeu a bola numa saída para o ataque e Mbappé, Neymar e Messi combinaram entre si como se a telepatia fosse menos um aspeto mental e mais uma relação estabelecida entre os pés dos predestinados. Ficou para o jogador argentino, que deu um arco perfeito à bola, a autoria do primeiro golo.
O Estádio da Luz esmorecera, muito embora, por razões que a própria razão desconhece, fosse contraditório o que se via no resultado e o que se passava no campo. Não fora Gonçalo Ramos, David Neres e António Silva terem esbarrado na oposição de Donnarumma e podia ser o SL Benfica a estar na frente.
Se os atacantes encarnados não eram capazes de fazer o trabalho do qual estavam incumbidos, Danilo Pereira, central do Paris Saint-Germain FC, fê-lo por eles. A chama voltara-se a acender e as esperanças estavam de novo vivas.
No entanto, os parisienses dominaram com maior vigor a segunda parte, ao invés do que havia acontecido na primeira. Odysseas foi impedindo que o sofrimento passasse a decepção. Neymar, Hakimi e Mbappé: todos protagonizaram desperdícios significativos.
Num raro momento de inspiração encarnada no que sobrava do jogo, Rafa abriu pisca e ultrapassou os centrais do Paris Saint-Germain FC, só que a autoestrada que abriu não tinha escapatória para o golo. Brilhou novamente Donnarumma.
Sem novos motivos de festejos, os benfiquistas só festejaram quando o árbitro, Gil Manzano, puxou do cartão amarelo para Fabián Ruiz, sanção que, na opinião dos adeptos da casa, já vinha tarde.
Para agrado do SL Benfica, o empate confirmou-se. No teste mais difícil da época, as águias continuam sem derrotas, feito igualmente conseguido pelo Paris Saint-Germain, com quem a equipa de Roger Schmidt divide a liderança do grupo H da Liga dos Campeões. Foram 90 minutos de um jogo daqueles para assinalar com um visto na lista de coisas para fazer durante a vida.
A Figura
Vitinha – Soube sempre que rumo dar ao Paris Saint-Germain FC. As receções orientadas e fintas de corpo permitiram-lhe desatar muitos nós cegos que desbloquearam lances a favor da equipa francesa. De salientar que jogou mais entre linhas do que como construtor, ao contrário do que lhe tem pedido Galtier habitualmente.
O Fora de Jogo
Nuno Mendes – Constantemente aberto e projetado, a forma de jogar da equipa tentou potenciá-lo. Em comparação com o flanqueador do lado contrário, Hakimi, esteve furos abaixo. No regresso a Portugal, os ares que tão bem conhece não o motivaram a fazer melhor.
Análise Tática – SL Benfica
O SL Benfica alinhou no tradicional 4-2-3-1. Ao contrário do que se podia esperar devido ao poderio do adversário, os encarnados arrancaram a pressionar alto o Paris Saint-Germain FC.
De resto, as águias não mudaram em nada a forma de jogar. Tentaram que os parisienses afunilassem o jogo nos corredores, colocando toda a equipa a fechar do mesmo lado, o que implicava que o lateral contrário à zona da bola defendesse muito por dentro.
Com a ajuda dos médios e dos centrais, o SL Benfica focou-se em não deixar os laterais, Bah e Grimaldo, em situação de um para um. João Mário e especialmente Neres e Rafa dinamizaram o jogo interior da equipa.
11 Inicial e Pontuações
Odysseas Vlachodimos (8)
Alexander Bah (5)
Nicolás Otamendi (7)
António Silva (7)
Álex Grimaldo (5)
Florentino (6)
Enzo Fernández (7)
David Neres (6)
João Mário (6)
Rafa Silva (7)
Gonçalo Ramos (5)
Subs Utilizados
Fredrik Aursnes (4)
Julian Draxler (4)
Rodrigo Pinho (-)
Análise Tática – Paris Saint-Germain FC
O Paris Saint-Germain FC utilizou um sistema base de 3-4-3. Abrilhantaram a frente de ataque, tão só e apenas, Messi, Neymar e Mbappé.
A equipa francesa jogou com os três homens na frente sem dar referências de marcação ao oponente. O Paris Saint-Germain FC atacou através de combinações estonteantes e em avalanche. Esta forma de agir ofensivamente apanhou os defesas contrários desprevenidos devido à rápida circulação da bola.
Nos pontapés de baliza, os parisienses saíam curto com Marquinhos a fazer de primeiro médio ao lado de Verratti. Tendo em conta que Vitinha subia mais um pouco, foi possível verificar que a equipa de Galtier se passava a dispor em 4-2-3-1 no momento da saída.
Por vezes, o Paris Saint-Germain FC abdicava da bola para se organizar defensivamente em 5-2-3. Desta forma, ganhavam espaço nas costas da defesa para punir perdas de bola do SL Benfica.
Não foi de menor importância o papel dos laterais Nuno Mendes e Hakimi que foram bastante dinamizadores do jogo exterior. Em constante aceleração, quase sempre se projetaram em simultâneo, salvaguardados pelos três centrais, Danilo Pereira, Marquinhos e Sergio Ramos.
11 Inicial e Pontuações
Gigi Donnarumma (8)
Achraf Hakimi (7)
Danilo Pereira (5)
Marquinhos (6)
Sergio Ramos (6)
Nuno Mendes (4)
Marco Verratti (7)
Vitinha (8)
Lionel Messi (7)
Neymar (6)
Kylian Mbappé (6)
Subs Utilizados
Juan Bernat (5)
Pablo Sarabia (-)
Fabián Ruiz (-)
BnR na Conferência de Imprensa:
SL Benfica
Bola na Rede: O Enzo e o Florentino ajudaram bastante os laterais a defender os corredores, evitando situações de um para um com os jogadores do PSG. Foi algo que pediu que acontecesse?
Roger Schmidt: Sim. Não foram só os médios-centro. Os extremos também tiveram que ajudar. Não aconteceu só com o Paris Saint Germain FC, é parte do nosso comportamento tático, especialmente em organização defensiva. Hoje, não fizemos nada de diferente do que costumamos fazer, fizemo-lo foi a um alto nível."
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