"Após a "entrevista" de Rui Costa na BTV a explicar as movimentações do Benfica no mercado, o SLB e o Presidente estão de parabéns pelo cumprimento da promessa feita no ano passado.
Para além da importância do conteúdo, importa desde logo destacar o que entendo ser mais um passo firme na mudança que o Benfica precisa e que se começa a vislumbrar (ainda que não ao ritmo que considero ideal).
Como gosto de dizer e repetir, é preciso mais Benfica no Benfica. Em todos os momentos, em todos os departamentos, em todas as pessoas. Quem não perceber o que é o Benfica, por muitas qualidades que possa ter, não deve estar no Benfica.
E perceber o Benfica é mais que ser benfiquista ou estar há muito tempo no Benfica. Veja-se por exemplo Roger Schmidt, que apesar de ter chegado há poucos meses, entende o que é o Benfica e a exigência que tal acarreta em todos os aspectos, reconhecendo o privilégio de servir o Glorioso. Isso é essencial e tem de ser transversal ao Clube (e à SAD).
É assim de valorizar esta apresentação do mercado enquanto mudança de paradigma rumo a um Benfica mais transparente, menos opaco, conduzindo a uma inevitável aproximação dos benfiquistas à vida do Clube/SAD. Aquele orgulho à imagem dos valores dos nossos fundadores e a ideia renovada de "nunca mais chega o próximo jogo!". Porque a onda vermelha continua a crescer e é a força maior do Benfica.
Quanto à "entrevista" em si mesma, o saldo global é bastante positivo. Ouvi algumas críticas à falta de perguntas "incómodas" ou a não abertura a questões da comunicação social, mas estou em desacordo, porquanto importa ter noção do que se pretendia e essa abertura iria certamente gerar ruído e desvios desse objectivo.
Começando pelos pontos que não me agradaram, destaco o "timing" em que ocorreu. Uma apresentação em véspera de jogo da equipa de futebol é um desviar de foco que creio desnecessário. Bem sei que o calendário anda "apertado", mas penso que o dia após o jogo seguinte (Famalicão) poderia ser mais oportuno.
Não gostei também do modelo do programa, com o Presidente e o Pedro Pinto em pé num "cenário" um pouco "teatral" (e certamente pouco confortável). Admito que se pretendesse passar uma ideia de modernidade e informalidade, mas preferia ter visto o Presidente mais confortável "fisicamente", para que tudo fluísse de forma ainda mais natural.
Em relação ao conteúdo e ao mercado, creio que o ponto menos conseguido disse respeito ao negócio "Vinicius", o qual gostaria de ter visto mais detalhado.
Não obstante, creio que no geral a explicação foi muito positiva, demonstrando um Presidente mais confiante, mais conhecedor e com um discurso bem maduro e assertivo.
Destaco desde logo a parte inicial - para mim essencial - onde Rui Costa explicou a base e a estratégia de construção do plantel da equipa principal, desde o número de jogadores, ao limite de "contratados fora do Clube", mostrando que existe um plano esboçado para o futuro e já colocado em prática, com uma naturalidade de quem sabe o que pretende.
Em relação às movimentações, foi evidente a essencialidade de redução da folha salarial, mormente em relação a jogadores que não são titulares ou decisivos em termos de dinâmica da equipa, o que foi largamente obtido (de forma temporária ou definitiva) e explicado com consistência.
No que respeita à escolha dos novos jogadores, a palavra em destaque foi "critério". O Benfica definiu o critério para a contratação de jogadores (em função das necessidades, posições e características) e procurou obedecer a esse critério, fazendo crer que fará parte do passado as aquisições quase inexplicáveis para posições já bastante preenchidas e a ausência para outras deficitárias.
É assim evidente que o plantel da presente temporada é mais forte e sobretudo mais equilibrado do que o da época passada e, sem futurologia, foi claramente um bom mercado para o Benfica, seguindo uma estratégia definida e amadurecida.
Tudo visto, a estrutura do Benfica está de parabéns pelo trabalho desenvolvido neste defeso, embora fique a ideia de que, a determinada altura, também ela precisasse de algum reforço, tal o corrupio em que se viu envolvida e a demora de certos "dossiês".
Num outro aspeto em relação ao mercado, importa abordar a questão de que no Benfica a cultura de silêncio tem de ser melhorada, parecendo existir uma noção ainda insuficiente da importância do segredo profissional.
Neste sentido, importa reforçar a ideia a eventuais egos sedentos de mostrar serviço ou protagonismo, dentro e/ou fora do Benfica, de que não podem esquecer que o mundo é pequeno e não pode ser tolerada que isso possa prejudicar o Benfica.
Recorde-se que o Benfica foi feito e sonhado sobretudo por gente humilde, onde o espírito de missão e serviço para com o Glorioso estava acima de qualquer título ou reconhecimento formal. Cosme Damião, por exemplo, imortalizado no universo benfiquista, nunca chegou sequer a presidir o Clube, sendo a paradigmática demonstração de que o reconhecimento dos benfiquistas acontece de forma natural e normalmente não convive bem com quem se pretenda colocar em bicos dos pés…"
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