"Num sopro, já estamos em Fevereiro, o mês do 'F', de feminino. A propósito do género, e também de outro 'F', de futebol, é natural e normal que se olhe para os jogos das Inspiradoras do Benfica, seja em que frente competitiva for, somente com uma ideia no pensamento: ter sucesso. A ambição e a perseguição constante do êxito são elementos inalienáveis do ADN da equipa, germinam das raízes do projeto, que tem substância para dar muito que contar nos próximos anos.
No coração do colectivo encarnado que defende o título nacional existem diversas valias para os mais variados gostos dos entusiastas na plateia, mas quem aprecia misturas empolgantes como peixão, garra, talento, intensidade, nervo, seguirá travar a vontade de fazer pelo menos meia dúzia de vénias e uma atleta do calibre de Lúcia Alves.
Na nossa imensa bancada, não nos devemos acanhar nem ter pejo: palmas para a atleta, mas também uma vincada ovação que a transformou. Em Junho de 2019, quando ocorreu a oficialização do seu ingresso no Clube, Lúcia Alves foi apresentada como extrema/avançada. Porém, em Setembro de 2020, aprestando então uma taxa de utilização abaixo do expectável, recuou uma casa e voltou ao Valadares Gaia, por empréstimo. Volvidos nem quatro meses completos, em Janeiro de 2021 reentrou no Benfica para andar alguns metros para trás e muitos quilómetros para a frente.
O corpo técnico da equipa feminina de futebol mudou, no Glorioso, e o entendimento sobre as potencialidades da futebolista natural de Paredes também. Surpresa, surpresa foi vê-la, destra, carrilar como defesa-esquerda, uma autêntica locomotiva no flanco, melhorando de jogo para jogo, refinando-se taticamente e projetando-se para um patamar 'inimaginável'.
Aos 24 anos, não cessa de crescer futebolisticamente, de ampliar a sua influência e preponderância nas dinâmicas da equipa que batalha pelo bicampeonato e que nesta época, 2021/22, se estreou nos grupos da Liga dos Campeões (onde Lúcia Alves, foi, não por acaso, a MVP no histórico empate 0-0 frente ao Bayern Munique, na ronda de arranque daquela fase). No meio desse caminho, e como corolário de um trabalho consistente e produtivo, já ascendeu a internacional A de Portugal. Mais uma lição pertinente nos dias que correm: 'desistir' é verbo que não cabe neste dicionário."
João Sanches, in O Benfica
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