"Desportivamente, ecletismo, estoicismo e benfiquismo: conceitos que resumem a vida de Alexandre Almasqué
A história do Benfica está repleta de figuras cuja paixão e dedicação contribuíram para o crescimento e afirmação do Clube. Uma delas foi Alexandre Planas Almasqué.
Nascido em 1916, em Paris, o filho de pais catalãs fez-se sócio do Benfica aos 15 anos. Dois anos depois, alinhava no râguebi do Clube, modalidade na qual brilhou pela sua silhueta robusta. Estreou-se nas reservas do basquetebol encarnado em 1936/37. Mais tarde viria a exibir-se no andebol, modalidade à qual mais se afeiçoou, e ainda no voleibol, em três partidas pela 1.ª categoria.
O seu ecletismo era tão evidente, que as suas actividades se sobrepunham. Em 9 de Maio de 1937, alinhou pelo basquetebol às 12h00 e pelo râguebi às 15h00. O mesmo aconteceu em 6 de Novembro de 1938, com basquetebol e andebol.
No râguebi foi campeão regional em 1938/39 e 1941/42. Mas o seu maior feito aconteceu no basquetebol. Em 1940/41, envergando o camisola 7, muito de tantas outras, foi o primeiro capitão benfiquista a sagrar-se campeão nacional, depois de ter sido campeão regional. Em 1945/46, fez parte da equipa que conquistou a Taça de Honra (mais tarde designada Taça de Portugal).
De comportamento irrepreensivel ao longo de 15 épocas de actividade, nunca foi sancionado ou castigado. No final dos anos 40 estabeleceu-se na África do Sul, onde ajudou a introduzir e desenvolver o basquetebol, com uma autêntica equipa da 'Sociedade das Nações' representada 'por 1 português, 1 grego, e maltês, e egípcio, 1 turco, etc.'.
Na primeira deslocação do Benfica a África, Almasqué fez 600 quilómetros 'de abalada de Durban até Lourenço Marques'. O seu amor pelo Clube levava-o à mais pura exaltação ou, se as coisas corressem menos bem, a 'chorar de raiva, cerrando os seus possantes punhos'.
Em 1953, em Lisboa, Almasqué pediu à secção para voltar a alinhar pelo andebol, participando em duas partidas de 2.ª categoria no Campeonato de Lisboa. Em 17 de Maio, frente ao Sporting, fez o seu último jogo com a camisola encarnada, como capitão.
Seguiu sempre o Clube de perto, estivesse no Lobito, em Luanda, Durban, Buenos Aires ou na Guatemala. Nele encontrava o mais profundo espírito benfiquista, 'deixando sempre atrás de si novos amigos e novos benfiquistas'.
Na sua longa vida de 89 anos, o sócio de mérito preocupou-se sempre com a vida do Clube, procurando reviver velhas amizades e, sobretudo, viver o Benfica.
Conheça outras histórias de ecletismo e espírito benfiquista na área 3 - Orgulho, Eclético, do Museu Benfica - Cosme Damião."
Pedro S. Amorim, in O Benfica
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