"Pela Primeira Vez, Jogos Falam a Língua Portuguesa
A última edição dos Jogos, em 2016, foi histórica e memorável por várias razões. Primeiro, porque foi a primeira vez que uma cidade de um país cuja língua oficial é o português acolheu o maior evento desportivo do planeta, um grande motivo de orgulho e satisfação para toda a comunidade lusófona. Foi também a estreia absoluta da América do Sul nestas andanças e o regresso à América Latina, que não organizava as Olimpíadas desde 1968, quando estes foram disputados na Cidade do México.
Continuando com as curiosidades, foi o regresso ao Hemisfério Sul, depois de 16 anos passados desde a edição de 2000, na cidade Australiana de Sydney. A escolha da cidade-sede era uma incógnita, pois não havia nenhum favorito declarado no início da votação, que se restringiu a quatro finalistas: Chicago, Tóquio, Madrid e Rio de Janeiro.
Na primeira ronda de votações, que eliminou a cidade de Chicago, havia um relativo equilíbrio entre as outras três, mas a partir da segunda ronda começou-se a desenhar um tal domínio nas votações que não deixava muitas dúvidas que a cidade maravilhosa ia albergar os jogos no ano de 2016. Como habitual e como a logística na preparação de um evento desta magnitude exige, o vencedor foi conhecido em 2009, no dia 2 de Outubro, em Copenhaga, capital da Dinamarca.
Mas não se pense que esta edição não teve qualquer polémica, antes pelo contrário. Desde logo, o problema com o estado das águas onde iriam decorrer as provas de canoagem, remo e vela, devido à concentração de diversos agentes poluentes que colocavam em risco a integridade física e, no limite, a própria saúde dos atletas, mas este problema foi identificado e conseguiu-se resolver sem grande alarido e com eficácia.
Depois, surgiu um outro que colocou em causa a realização dos Jogos na data prevista, o surgimento da epidemia do vírus Zika, causada pela mordidela de um mosquito em tudo semelhante ao bicho responsável pela Dengue, com o pico de casos a acontecer no ano de 2015, mas o COI e as autoridades de saúde locais entenderam, e bem, que não haveria problema ao deixar entrar pessoas vindas de países estrangeiros e o certame avançou, decorrendo dentro da normalidade.
Participação Cinzenta No Rio
A missão portuguesa contava com 92 atletas representando 16 modalidades. Quanto ao aspeto desportivo, e olhando friamente para o número de medalhas, a participação portuguesa não foi brilhante, apenas uma medalha de bronze conquistada por Telma Monteiro, em -57 kg, no judo.
Pese embora a ausência de mais lugares no pódio, há que destacar os atletas que ficaram classificados até ao oitavo lugar nas suas modalidades, conquistando assim um diploma olímpico.
Assim, falamos de Patrícia Mamona, sexta no triplo salto, Nélson Évora, sexto na mesma prova mas na variante masculina, posição também de Ana Cabecinha nos 20 km marcha, Fernando Pimenta no k1 1000m, o nosso k2 e k4, todos na canoagem, o Nélson Oliveira no contrarrelógio individual em ciclismo de estrada, o Marcos Freitas na prova individual de ténis de mesa, a seleção sub-23 de futebol, o Rui Bragança no Taekwondo e o João Pereira no triatlo.
Desta feita, tivemos muitos atletas a disputar medalhas e que, por meros detalhes não o conseguiram, e por isso é que a esperança na missão portuguesa em Tóquio 2020 é muito grande, até pelos atletas que estiveram menos bem nesta edição ou nem sequer participaram e vão estar no Japão a representar as nossas cores e a dar o seu melhor por Portugal!
Novidade em 2016: Rugby Sevens
Apesar de não ser um grande apreciador de rugby de XV, esta versão do jogo mais rápida e dinâmica entusiasma-me bastante. Com apenas 7 jogadores de cada lado, ao invés dos tradicionais 15, as regras básicas do jogo mantêm-se, apesar de algumas diferenças na especificidade do jogo e substituições, mas a única grande diferença consiste no tempo de jogo: 7 minutos para cada parte perante os 40 do rugby tradicional.
Normalmente quem joga um pode obviamente jogar a outra versão, mas nesta os jogadores mais velozes ganham aos “tanques” do desporto convencional, porque o espaço a percorrer parece bem maior e a velocidade torna-se um fator ainda mais importante nesta variante. No Rio, a medalha de ouro recaiu sobre as Ilhas Fiji, veremos qual a seleção que sucede em Tóquio."
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