"O Benfica começava a defesa do seu título de campeão europeu desfazendo o campeão austríaco na Luz por 5-1. Eusébio marcou o seu primeiro golo (e que golo!) na Taça dos Campeões. Santana exibiu toda a sua enorme classe, ele que foi tão injustiçado.
O Benfica estava imparável! Tinha um futebol de canhões. Jogo após jogo após jogo, todos os elementos do meio-campo e do ataque da equipa encarnada tinham ordens para chutar de todas as posições que entendessem ser as melhores para alvejar as balizas contrárias. Era uma carga de artilharia impressionante.
Que o diga o FK Áustria de Viena. Conseguira um empate (1-1) caseiro na primeira eliminatória da Taça dos Campeões. Empate feliz. Mas, agora, na Luz, estava entregue aos atiradores do Benfica.
Fussballklub Austria Wien: um clube respeitável, atenção! Além do Rapid, é o único clube austríaco que jamais desceu de divisão. Soma 24 títulos de campeão e 27 Taças da Áustria. Naquele tarde de 8 de Novembro de 1961 era como um cordeiro levado para o sacrifício.
No total, o Benfica fez vinte e cinco remates enquadrados com a baliza do Keeper Fraydl, um pobre diabo que já não sabia o que fazer que já não sabia o que fazer. Só Eusébio, à sua conta, somou quinze. As bolas surgiam de todo o lado, infernizando a noite do guarda-redes austríaco. Aguentou-se como pôde. 'Entregando a batuta a Santana e o papel de solista a Eusébio, o Benfica desencadeou um bombardeiro terrível às redes de Fraydl, não o deixando respirar, bem como aos seus companheiros - homens de um concepção romântica do futebol no capítulo da marcação e da neutralização dos focos perigosos da manobra contrária', escrevia um dos repórteres no local. 'Material e moralmente, o Benfica estava inteirinho dentro do relvado e os seus sentidos só revelavam uma intenção. Por isso, o golo de abertura de Santana, justíssimo prémio para uma actuação que alardeou requintada classe e o desejo de dizer algo, logo aos cinco minutos equivaleu ao clarão de uma granada a rebentar de muito perto'. Grande Santana. Talvez um dos mais injustiçados jogadores da história do futebol português. Era um príncipe. E depois a sombra de Eusébio caiu sobre ele, apagou-o e tirou-o do grupo titular. Mas não devemos esquecê-lo. Nunca!
O passeio do campeão
Herr Argauer, o treinador, o treinador do Áustria, saiu da Luz conformado com a goleada: 1-5. 'Que dizer? O Benfica é muito forte. Santana transformou por completo o ataque da equipa. Todos os avançados têm uma classe extraordinária! Penso que, juntamente com o Real Madrid, o Benfica é a melhor equipa da Europa. Talvez se encontrem na final...' Encontraram mesmo. E o Benfica desfez o Real em Amesterdão.
O festival de futebol ofensivo encantou os espectadores que afrontaram o frio e encheram a Luz. 'A bola parecia escaldar nos pés dos homens das camisolas rubras. Logo que era tocada, surgia o passe, a desmarcação impregnada de um impressionante sentido prático. Eusébio, de qualquer distância, cumprindo ordens expressas (a ele, realmente, não se lhe deve exigir outra coisa que não seja a utilização dos seus pés para alvejar as balizas), representava o exemplo. Era, simultaneamente, o magistrado a lavrar as sentenças e o carrasco a executá-las. Sempre com a mesma serenidade...'
1-0 por Santana (5m); 2-0 por José Águas (36m); 3-0 por Eusébio (69m); 3-1 por Humberto Fernandes na própria baliza (80m); 4-1 por Santana (83m); 5-1 por José Águas (88).
O golo de Eusébio foi monumental! 'O moçambicano saltou repetidas vezes de satisfação, e com toda a razão, visto ter tentado anteriormente aquilo que a sua reputação de rematador nato estava a pedir. Esclareça-se que até esse momento Eusébio tinha alvejado catorze vezes a baliza austríaca'. Depois, até final, talvez por causa da lesão que o manteve fora de campo por vários minutos, o seu instinto assassino acalmou. Marcara o seu primeiro golo na Taça dos Campeões Europeus. Tantos e tantos outros se seguiriam.
Os moços que tinham vindo de Viena, limitavam-se a reparar os estragos do seu navio que metia água por todos os lados. Eram dignos vencidos, pela sua voluntariedade, mas haviam sido desfeitos por um Benfica que ficara a dever a si próprio mais meia-dezena de golos. A Luz era cada vez mais o lugar infernal onde caiam todos os que a visitavam. Um vulcão que brotava a lava vermelha sobre a qual a águia voava orgulhosa."
Afonso de Melo, in O Benfica
Grande Santana!
ResponderEliminarVeio, juntamente com o Germano e o Yaúca, jogar no Salgueiros, no fim da carreira.
Excepcional e fino jogador que, tendo chegado ao Clube o enorme Eusébio, teve de deixar a titularidade do Glorioso.
Viva o Benfica!
ANÍBAL PINTO EX-ADVOGADO DO RUI PINTO ARRUMA O RUI PINTO NO TRIBUNAL: “”Esta sexta-feira, na primeira sessão de julgamento, o advogado garantiu estar inocente e explicou o cariz dos contactos que teve com o criador do Football Leaks.
ResponderEliminar“Não mudaria nada em relação ao que fiz, agi como advogado, sinto-me indignado por esta acusação, nunca tinha privado com o Rui Pinto. Falei duas vezes com ele pessoalmente. Depois ligou-me uma vez, quase um ano depois. Rui Pinto só me disse que teve um negócio de internet, tive conhecimento do banco em questão, que tinha sido hackeado. Achei que a transação era legal. Ligou-me um ano depois e falou de um contrato com a Doyen, sem especificar o que era. Demorei dois dias a responder a Rui Pinto, para verem que não era assim tão importante”, começou por referir Aníbal Pinto, explicando também que deixou avisos a Rui Pinto:
“Já tinha ouvido falar do Football Leaks e não tinha dúvida de que pudesse haver ali uma qualquer tentativa de extorsão. Disse que não poderia colaborar em nada por ilegalidade. Avisei-o mesmo que o crime mais grave era extorsão. Mantive o anonimato, porque tenho de cumprir com o sigilo profissional. Disse-lhe por email para não fazer mais asneiras e não cometer mais ilegalidades”, rematou.
Ou seja Aníbal Pinto acaba de confirmar que Rui Pinto cometeu ilegalidades.