"É disse que é feito o Benfica há mais de um século. Cento e quinze anos, mais precisamente, de fecho e abertura de novos ciclos, subindo degraus, construindo futuro em cima de um passado cada vez mais cheio e inspirador. Neste século e tal, chegou ao topo trinta e sete vezes, se contarmos apenas com campeonatos, e foi, de forma constante e consistente, no devir do tempo, 'um de entre todos', como queria, em média de três em três anos. É esse o resultado de sucesso do quociente entre a idade e a quantidade de campeonatos ganhos. Por isso é vulgo dizer-se que o 'nosso ADN é vencer', está na massa do sangue, e por aí adiante. É essa a atitude inspiradora que o Benfica lega à fundação e que a fundação promove em todos os seus projectos que, findo o Verão, também reiniciam.
É assim de facto em todas as dimensões do clube, no futebol, no desporto e na vida. E não é novidade que o mundo gira por ciclos, nem que todos os ciclos naturais têm fases de 'nascimento', 'crescimento', 'apogeu' e 'renascimento'. O que é diferenciador e decisivo, isso, sim, é a forma como se fecham esses ciclos e se prepara o renascimento. Na Fundação Benfica, faz-se exactamente como no Clube. Celebram-se as vitórias só no fim do jogo, respeitam-se os vencidos e valorizam-se os vencedores. Aceitam-se as derrotas ganhando nelas o que há a ganhar: realismo, humildade, resiliência e estratégias para a vitória. Depois, arruma-se a casa,fazem-se os balanços, renovam-se os sonhos a lançam-se os trabalhos para os conquistar.
E daí diante não se tiram os olhos de cima, em concentração e foco mas, sobretudo, com uma vontade inabalável e uma enorme avidez de vencer. A confiança vem do trabalho e da memória do que somos, do sentimento de estar a construir alguma cosia em cima de um passado glorioso e de dar a esse legado um sentido de utilidade para a vida que ultrapassa a própria esfera desportiva. Ou, como escreveu um gigante da ciência, Stephen Hawking, humildemente honrando os mestres, construindo no ombro de gigantes..."
Jorge Miranda, in O Benfica
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