"Ontem, Fernando Santos dispôs-se a falar abertamente com os jornalistas, em ambiente informal e descontraído, com benefícios triplos: para o seleccionador nacional, que passou a mensagem que desejava com eficácia; para os meios de comunicação, que tiveram acesso a conteúdos muito relevantes; e para os adeptos, que através dos media tomaram contacto com a realidade segundo Fernando Santos.
Infelizmente, este comportamento moderno, arejado e civilizado da FPF não chega aos clubes (há sempre uma ou outra excepção, que mais não serve do que para confirmar a regra) e na época que agora começa as más práticas prometem continuar, num triunfo do obscurantismo, absolutamente nefasto para a promoção do futebol. Seria bom que, de uma vez por todas, de desmistificasse a importância da lei da rolha no sucesso desportivo. Que é igual a zero, embora lhe seja atribuída uma relevância que não possui, apenas porque, por arrastamento, também é conferida transcendência a quem a promove. Este ciclo vicioso - tantas vezes difícil de explicar em países onde a indústria do desporto é levada a sério - acaba por abrir portas a quem nada tem a ver com o futebol e que se aproveita da impossibilidade de ser dado palco aos verdadeiros protagonistas, para brilhar em reality shows que têm o clubismo fundamentalista como tema e única razão.
Esta matéria devia estar na primeira linha das preocupações da Liga de Clubes, juntamente com uma série de medidas que regulassem a relação entre clubes. Devia ser essa a vocação de quem tem por razão de existência a promoção do futebol profissional..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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