"'Um azar tremendo' que viria a conquistar o Mundial: a história de quando Rui Costa jogou com o número cinco.
'Mágico': assim é categorizado o número dez no universo futebolístico. Número mítico incontestável, são inúmeros os jogadores que ambicionam ostentá-lo nas costas. Sinónimo de talento, de classe, de arte, de magia, o dez é o número característico do play-maker. É a técnica, a criatividade, a imprevisibilidade, a precisão de passe, o drible fácil e a visão de jogo personificadas.
Ao longo da história do Benfica actuaram 'de águia ao peito' grandes números dez. Uns representaram o Clube vestindo a camisola dez, outros representaram-no jogando na posição conhecida por este número. Entre eles, Coluna, Eusébio, Jaime Graça, Vítor Martins, João Alves, Carlos Manuel, Diamantino Miranda, Valdo, Rui Costa e Aimar.
Classificado por muitos como um autêntico número dez, Rui Costa conciliou o número da camisola com o da posição em campo. Apaixonado pelo jogo da bola desde tenra idade, confessa: 'Sempre fui obcecado pelo dez. É o número mais emblemático. Desde garoto que sempre quis jogar com esse número'. Acrescenta que, em criança, quando jogava futsal no Damaia Ginásio Clube, já vestia a camisola dez. Porém, ao longo da sua carreira, ouve períodos em que se viu obrigado a envergar outras camisolas.
Rui Costa conta que, em 1991 quando integrou a Selecção Nacional que representou Portugal no Mundial de sub-20, teve 'um azar tremendo com o dez'. E explica: 'Os números foram tirados por sorteio, com um saco cheio de papéis. Eu fui o penúltimo jogador e tirar o papel, no caso estava o cinco e o dez e eu pensei: «já está, vou ser o dez no mundial!». Estava com mais nervos do que quando foi a final! Tirei o papel, olhei e vi o cinco, comecei aos gritos: «Ó mister podemos trocar, ó mister podemos trocar?». «Não há trocas para ninguém!». Foi uma desilusão tremenda!'.
No fim, Portugal sagrou-se campeão mundial, Rui Costa foi 'autor do golo solitário frente à Austrália (na meia-final) e marcador do penálti que assegurou o triunfo frente ao Brasil' no jogo decisivo. Talvez o azar não tenha sido assim tão grande.
Conheça e outras histórias no livro Mágicos - 10 Grandes Criativos da História do SL Benfica, um livro que retrata dez futebolistas que se destacaram na história do Sport Lisboa e Benfica."
Mafalda Esturrenho e Ana Saraiva Rosa, in O Benfica
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