"Uf! Finalmente Setembro. Chegou o armistício. Quatro meses de paz. Para Janeiro há mais, não fiquem desolados. Comecem, por favor, a jogar. Dêem descanso aos empresários, agentes, pais, primos e sobrinhos que, coitados, estão esfalfados. Deixam-nos pôr a contabilidade em dia, enquanto os clubes auditam os passivos, as lavandarias entram em lay-off e se ajustam os preços dos produtos publicitados que alimentam estas feiras, pagos por quem gosta e por quem odeia o futebol. Acabou a época dos melões, uns mais apimentados do que outros. Doravante, só congelados.
Números astronómicos neste «mercado humano de pés e cabeças»: 2,6 mil milhões! Que importa se há milhares e milhares de pessoas num sofrimento atroz nesta Europa bipolar, estúpida e injustamente segmentada... O circo continua fechado na sua concha. Um bem conhecido empresário movimentou transferências à volta de 400 milhões de euros, noticiava este jornal na terça-feira, que acrescentava uma frase que tudo bem resume: «Mais um grande defeso para o empresário».
Jogadores foram transaccionados por números que desafiam a mais ténue racionalidade empresarial. Um tal de Martial do Mónaco sai por 80 milhões e um outro conhecidíssimo monegasco Kondogbia saí por módicos 30 milhões para o pré-falido Inter. Otamendi (lembram-se?) vai para o City por 45 milhões! Então Di Maria é o máximo: sempre em rotação, vai agora do Man United para o PSG por 63 milhões, sendo - creio - o jogador que mais fundos movimentou ao longo da carreira, bem acima de Messi e Ronaldo. E o Real Madrid, sempre branquinho, é o clube mais estroina, como habitualmente."
Bagão Félix, in A Bola
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