"Não, esta crónica não é sobre Conchita Wurst, polémica artista austríaca de barba, maninhas e um belo vestido que conquistou a Eurovisão. Polémica não por ter barba, que essa é uma batalha que chega com pelo menos 15 anos de atraso ao bafiento festival, mas porque, a meu ver, a voz da artista é banal, tal como a canção, alguns furos abaixo do nível de qualidade , por exemplo, das levadas a concurso por Noruega, Espanha ou Grã-Bretanha...
Mas, como dizia, esta crónica não é sobre Conchita Wurst, nem sobre canções. É mesmo sobre maldições. Ponto prévio: não acredito em maldições (pero que las hay las hay?). Mas como este texto é sobre maldições, vamos a elas. Ou, mais especificamente, vamos à de Béla Guttmann, a tal que incomoda adeptos e comentadores sempre que o Benfica chega a uma final europeia, como a que esta tarde/noite tem de disputar em Turim, a décima da sua história.
Diz-se que o imponente e irascível húngaro terá dito um dia, já depois de ter conquistado a segunda Taça dos Campeões Europeus pelas águias, que «nem daqui a cem anos um clube português volta a ganhar duas vezes seguidas a Taça dos Campeões». Uma história que, diga-se, já tem... barbas e que, inclusive, leva gente à capital da Áustria, onde Guttmann morreu em 1981 e onde está enterrado (e, como ele, também a sua maldição e, portanto, à impossibilidade de desfazê-la), a apelar em plena campa ao fim da praga.
Fizem-nos, então, em dois pontos. Primeiro, a maldição de Guttmann fala em Taça dos Campeões Europeus e não em Taça UEFA ou Liga Europa - portanto, nada disto está em causa hoje. Segundo, as maldições são... uma treta! São mitos ou lendas que apenas ajudam a suavizar as realidades que não entendemos. E, sim, é difícil entender sete finais perdidas. Mas, por favor, deixem-se de tretas, joguem à bola, cubram-se de glória e tragam o raio do caneco! Ou então continuem a deixar-se levar por histórias da carochinha ou por fados ou por vendedores de banha da cobra. Afinal faltam só 48 anos para o fim da maldição..."
João Pimpim, in A Bola
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