"Para Eurípedes, poeta grego que tão bem descrevia o desassossego da alma humana, «a coragem era a prudência». Também para mim este deve ser o espírito da abordagem do Benfica de Jorge Jesus ao jogo da Taça de Portugal em Cinfães.
Ganhar a Taça de Portugal é um objectivo que deixou de ser prioritário e passou a obrigatório desde que saímos do Jamor no último ano. Ganhar no Jamor não acontece há 10 anos. Perdemos duas finais contra os Vitórias de Setúbal e de Guimarães de forma inacreditável e todos sabemos que se o FC Porto teve o seu Torriense e o seu Atlético nós conhecemos bem demais o Varzim e o Gondomar.
Não quero mais que haja Taça, quero é ganhar a Taça.
Quando o treinador do Cinfães diz que no subconsciente dos jogadores está o eliminar o Benfica, diz aquilo que todos sabem. Espero que no consciente dos jogadores do Benfica esteja o perigo de ser eliminado pelo Cinfães. Só haverá uma vitória fácil se o Benfica assumir o jogo como difícil. O jogo contra o Cinfães é mais importante do que o jogo contra o Olympiakos.
Se na Taça de Portugal apenas se aceita como positivo vencê-la, já na Liga dos Campeões a obrigação esgota-se numa prova europeia de prestígio. Assim descrito é fácil verque por mim haveria um 11, no sábado, de garantia total para a eliminatória.
Portugal, com a sua pior Selecção dos últimos 40 anos, não pode exigir a Paulo Bento que faça aquilo que outras bem melhores não fizeram, Cristiano Ronaldo, João Moutinho e pouco mais terão um nível internacional incontestado. O play-off é a nossa realidade e chegar ao Brasil seria um feito a agradecer ao navegador Paulo Bento. Não é fácil, nunca foi, o achamento do Brasil e mesmo há 500 anos foi conseguido com sorte, a fazer fé na história. Venha a Islândia se é possível escolher."
Sílvio Cervan, in A Bola
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