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terça-feira, 4 de novembro de 2025

De parvoíce em parvoíce até à parvoíce final


"Carlos Vicens é um jovem treinador talentoso e, se tudo correr bem, vai lá chegar. O SC Braga jogou muito bem no Dragão e, se retificar o pormenorzinho de rematar mais e melhor, pode vir a deslumbrar...

Quando eu tinha a idade dos meus mais novos camaradas escrevia mais parvoíces do que escrevo agora. É natural. Embora, por vezes, continue a escrever muitas e ainda mais buriladas parvoíces. Já escrevi, por exemplo, que o treinador do futuro era Domingos Paciência. Para já, apesar da final da Liga Europa de 2010/2011 e do 2.º lugar na Liga em 2009/2010, a minha aposta não resultou. Não era propriamente uma parvoíce, antes uma aposta no cavalo (salvo seja) errado. Também já escrevi (ou pelo menos pensei) que Sérgio Conceição, com aquela personalidade explosiva, nunca daria treinador de top. Ideia fortemente candidata a maior parvoíce de todos os tempos. Lembro-me muito bem de na final da Taça de Portugal de 2012/2013, ganha pelo V. Guimarães de Rui Vitória ao Benfica de Jorge Jesus, ter escrito qualquer coisa como isto. Depois do que Cardozo fez a Jesus em pleno relvado do Estádio Nacional, empurrando-o, discutindo com ele à vista de todos, só uma de duas coisas poderia acontecer: o treinador ou o avançado não estariam no plantel do Benfica de 2013/2014. E que aconteceu? O Benfica de Jesus foi campeão nacional e Óscar Cardozo marcou 11 golos na Liga. Parvoíce das parvoíces, claro está.
Quando eu tinha a idade dos meus mais novos camaradas, repito, escrevia mais parvoíces do que escrevo agora. E agora avanço com uma que, daqui a uns tempos, pode ser forte candidata a maior parvoíce do final do primeiro quarto do Século XXI. Mas, mesmo assim, arrisco: César Peixoto vai chegar a um grande clube português. Não sei se no Benfica, FC Porto, Sporting ou, no mínimo, no SC Braga. Há uns anos, quando o antigo esquerdino de FC Porto e Benfica estava a começar a carreira de treinador, torci o nariz à potencial expansão da carreira de César a níveis superiores. Não me recordo, sinceramente, em que assentava esta minha tese. Sei apenas que não sentia segurança para afirmar que, sim senhor, acho que César Peixoto vai dar grande treinador. E ainda não me sinto cem por cento seguro. Mas, entre ficar em cima do muro, tentando não cair para nenhum dos dois lados para não me comprometer, salto para o lado daqueles que acham que o homem vai dar grande treinador. Para já, claro, com 19 pontos nas primeiras nove jornadas da Liga (recebe hoje o Santa Clara), está na quarta posição e, vencendo, manterá os dois pontos de atraso para o Benfica de José Mourinho. Se chegar aos 22, o Gil de Peixoto será uma das maiores surpresas dos arranques de Liga das duas últimas décadas. Só o Leixões de José Mota (2008/2009) e o Famalicão de João Pedro Sousa (2019/2020) foram mais surpreendentes, ambos com 23 pontos nos primeiros 10 jogos da Liga.
Já tive a idade de alguns dos meus camaradas mais novos e talvez, com a idade deles, escrevesse mais parvoíces do que escrevo agora (mas eles são jovens talentosos e, se tudo correr bem, vão lá chegar). Quanto a mim, foram milhares e milhares de carateres (talvez milhões) e, assim, o mais provável é ter escrito mais parvoíces do que eles todos juntos. E espero ainda escrever mais algumas, embora de forma involuntária. Voluntariamente, escrevo agora algo que espero não se venha a tornar uma parvoíce daqui até maio: Carlos Vicens é um jovem talentoso e, se tudo correr bem, vai lá chegar. O SC Braga jogou muito bem no Estádio do Dragão e, se conseguir retificar o pormenorzinho de rematar mais e melhor, pode deslumbrar nas próximas 24 jornadas."

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