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segunda-feira, 3 de novembro de 2025

As costas largas de Mourinho no Benfica


"No dia 25 de outubro, mais de 85 mil benfiquistas votaram nas eleições do clube, com seis candidatos e uma incerteza grande sobre qual poderia ser a decisão, acreditando-se, porém, que seria difícil, como foi, que não houvesse segunda volta.
No dia 8 de novembro, o Benfica volta às urnas para decidir não apenas o futuro, mas sobretudo o presente, agora só com um de dois vencedores possíveis: Rui Costa ou João Noronha Lopes. A indefinição sobre o que poderá acontecer mantém-se. Não apenas em relação ao vencedor, mas também sobre se os sócios voltarão a comparecer com a mesma pujança, podendo até, como desejam os candidatos, que novamente possa ser batido o recorde mundial de votação em eleições de um clube. Seria espantoso.
Mas seja qual for a afluência e a decisão, o presidente e o rumo escolhidos, pela continuidade, com Rui Costa, ou aposta na mudança, com João Noronha Lopes, o que mais preocupará os benfiquistas será sobretudo o pós-eleições. Para esse período, parece existir, por agora, apenas uma âncora: José Mourinho.
O treinador, a competência e dimensão, são reconhecidos pelos dois candidatos e nem Rui Costa (não faria sentido o contrário, pois foi o atual líder da Direção quem o contratou), nem Noronha Lopes arriscam pensar o futebol desta época sem Mourinho.
O técnico entrou com o comboio colocado a andar por Bruno Lage, o anterior treinador, não tem o plantel que desejaria e nem o contexto, mas tem mostrado que o Benfica deve olhar para ele como treinador de projeto e não apenas de resposta imediata, contrariando até, em determinada medida, a carreira dele. O futebol de qualidade, ou bonito, ainda aparece a espaços, como na segunda parte da vitória em Guimarães, mas a equipa está mais organizada e Mourinho tem dado sinais de que está atento à formação das águias, ponto fundamental em qualquer projeto ou para qualquer que seja o próximo presidente do Benfica.
Depois, como todos reconhecerão, Mourinho é mais que um treinador. Tem-no sido. Em tom paternalista, por vezes talvez exagerado, tem baixado expetativas e retirado pressão ao plantel, cria condições para o crescimento, à espera da definição de tudo o resto. O Benfica não precisa de ser salvo, precisa de estabilidade desportiva para alavancar o sucesso empresarial.
Com Mourinho ao leme, as coisas podem correr bem ou mal, como com qualquer outro treinador, mas quem lidera e vai liderar o Benfica, assim como quem o apoia, tem de ter coragem para saber esperar. Mourinho tem o que é preciso para garantir que a banda não desafina, se depois haverá ópera, não dependerá apenas dele, mas de uma estrutura e presidente que garantam direção, independentemente dos problemas.
Perante as tempestades, não é preciso ser marinheiro para o saber, é fundamental remar para o mesmo lado, que os benfiquistas se unam e confiem. Para já, provavelmente, por vários meses, haverá costas largas de Mourinho. Veremos se suficientemente largas para o que sucederá depois de dia 8."

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