"A floresta não espera, cresce!
A cada incêndio, o solo cobre-se
de cinza e perde o coberto vegetal, ficando frágil e exposto à erosão. Antes disso, o fogo já tinha
queimado a matéria orgânica
e destruído microrganismos
vitais, reduzindo a fertilidade e
comprometendo o futuro. As
altas temperaturas compactam o
solo, podendo impermeabilizá-lo
e dificultar a infiltração da água.
Chegado o outono, sem vegetação, as primeiras chuvas arrastam cinzas e terra fértil para
ribeiras, causando enxurradas,
assoreamentos e inundações.
No inverno, os animais enfrentam fomes prolongadas e descem às zonas urbanas e agrícolas em busca de alimento. Com a
primavera, as cinzas “adubam”
os solos e permitem que rebente nova vegetação, mas primeiro
surgem as espécies invasoras,
mais rápidas e competitivas,
crescendo sem o controlo das
copas frondosas que antes limitavam o seu avanço.
E no verão, com meteorologia
severa, repete-se o ciclo de destruição. É por isso que não há
tempo a perder: nos meses após
o fogo, o risco de erosão e desertificação é enorme. Sem intervenção, os solos perdem vida,
retêm menos água e caminham
para a infertilidade. Para os recuperar é preciso tempo, cuidado
e sobretudo cobertura vegetal
que estabilize o terreno e devolva nutrientes ao ciclo natural.
A recuperação deve apostar em
espécies autóctones, resistentes ao clima e ao fogo, que restituem biodiversidade e tornam
os solos mais férteis e estáveis.
Só assim o território ganha
equilíbrio e reduz o risco de
novos incêndios.
Porque o problema é de todos!
Arde na Lousã, inunda-se Coimbra; arde o país profundo, sofre
a capital. Não é uma questão de
litoral ou interior, mas de responsabilidade nacional.
O Benfica sabe que é assim
e desde 2018 trabalha, ano após
ano, para o combater, apoia a
Maternidade de Árvores da
Lousã em boa hora criada pela
Lousitânea. Porque é antes de
acontecerem que verdadeiramente se combatem os incêndios, e é reflorestando que se
renovam os solos!"
Jorge Miranda, in O Benfica

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