"A formação perdeu espaço nos três grandes num verão em que, juntos, investiram cerca de 325 milhões de euros, um valor exorbitante face à realidade de cada clube e do próprio país
Inácio, Catamo e Quenda fazem a ponte no Sporting, a mesma que levantam António Silva e Tomás Araújo no Benfica e Diogo Costa e Mora no FC Porto. Claro que ainda há Quaresma, Bragança, João Simões e Rodrigo Ribeiro em Alvalade; Samuel, Gonçalo Oliveira, Leandro Santos, Prioste, Veloso, Rêgo e Henrique Araújo na Luz; e João Costa e Martim no Dragão, mas a sua utilização será pontual.
As três fantásticas academias de três clubes de forte natureza formadora num país que está obrigado a formar (por não ter dinheiro para comprar) não terão novidades entre as primeiras opções dos grandes, que apostaram forte em jogadores feitos, esperando menor margem de erro. O quem nem sempre é bem assim.
O Benfica investiu como nunca: 136 milhões, já com o que falta pagar de Enzo e Sudakov. Gerará, tudo somado, 132M em vendas. Lage ficou com mais opções e menos desculpas, porém ainda tem de pôr a equipa a jogar bem, tanto em transição como em ataque posicional, ou seja, tanto na Champions como na Liga e restantes provas domésticas. O ucraniano vem para ajudar nesse aspeto. Será suficiente?
O FC Porto, o mais fragilizado no que diz respeito à qualidade do grupo, atingiu os 118M, já contando com o gasto no remanescente do passe de Samu e a cláusula obrigatória de Kiwior. Entretanto, Mora fez correr muita tinta. Acaba por ficar, quando os dragões até aceitariam bem melhor a saída do que querem deixar transparecer publicamente, a ser pela cláusula. As receitas chegaram aos 76M, com Francisco Conceição e, surpreendentemente, Otávio (17M) à cabeça. O triunfo num clássico ainda assim equilibrado dá razão a Villas-Boas, que conseguiu potenciar com nova massa crítica um processo (de Farioli) que já incomoda e bem os rivais. Aquela pressão alta promete fazer muitos estragos.
O bicampeão Sporting só teria, em tese, de lidar com o adeus de Gyokeres. No entanto, há sempre margem para melhorar. Assim, contratou dois avançados, aproveitando o interesse em Harder (Suárez e Ioannidis), reforçou o duplo-pivot a baixo custo com Kochorashvili e acrescentou opções para as laterais, com Vagiannidis e Mangas. Foram 70M a sair de 105M que podiam ter entrado.
Já Pau Victor, Moscardo, Dorgeles e Grillitsch garantem acréscimo de qualidade no SC Braga (29M), porém os rivais abriram ainda mais o fosso. Vicens terá de reduzir distâncias com criatividade.
O mercado foi animado, todavia, não animou os jovens que procuram oportunidades. O que também é dinheiro perdido."

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