"NOS SEUS 74 ANOS DE
ATIVIDADE, O HÓQUEI
EM CAMPO TEVE DE SE
ADAPTAR À FALTA DE
ESTÍMULO COMPETITIVO
E DE ESPAÇOS PARA
TREINO
No dia 3 de outubro de
1987, o hóquei em campo
do Benfica somava a sua
segunda Taça de Portugal, o quinto e último troféu
nacional no seu palmarés.
A época 1986/87 terminava com a
conquista de tudo o que havia
para conquistar: a dobradinha, o
Campeonato Regional e a Taça
Disciplina, além do apuramento
para a Taça dos Clubes Campeões
Europeus. Mas a rota até aqui foi
em socalcos de incerteza.
Em jeito de brincadeira pela
novidade, o Benfica estreou o
hóquei em campo em 1923, uma
semana depois do primeiro jogo
em Portugal. Ilídio Nogueira,
Vítor Gonçalves, Ribeiro dos Reis,
mais tarde Cosme Damião, entre
outros, foram algumas das figuras que alinharam no Campo de
Benfica, nas traseiras da Avenida
Gomes Pereira.
Dois anos depois, passaram a
usufruir do Campo das Amoreiras, instalação que valia da parte
da secção um aplauso a Álvaro
Curado, diretor de campo. Receberia novo agradecimento no
período em que o Benfica conquistou dois Campeonatos de
Portugal, em 1944 e 1947, já em
utilização plena do Campo do
Campo Grande, pese embora o
recinto não subtraísse as lacunas
de espaço que a modalidade exigia para “uma preparação conveniente”.
Estas mudanças contínuas
prejudicavam a modalidade.
A inauguração do Estádio da
Luz, em 1954, não foi suficiente. O hóquei em campo e o
andebol, em 1960, só podiam
treinar no Campo do Campo
Grande antes das 8 da manhã
e depois das 8 da noite, agravando-se o facto de o campo
não possuir iluminação.
Pontualmente, clubes como o
CIF e o Palmense disponibilizavam os seus campos para que os
treinos hoquistas encarnados
continuassem. Ainda assim, o
espaço do Campo Grande mantinha-se essencial, especialmente
para as chamadas “modalidades
sacrificadas”, onde encaixavam
o hóquei em campo, o atletismo
e o râguebi.
A cidade desportiva, tão desejada, projetada em 1952 para que
o hóquei em campo tivesse
espaço de treino, só se viu concretizada em 1973 com a inauguração do campo n.º 2, na Luz,
e em 1977 com o campo n.º 4,
“especialmente pensado para o
hóquei em campo”.
Assim chegava aos anos 80
como “modalidade em evidência
no Clube”. Só faltava o recinto,
porque o hóquei em campo recebia os jogos no Estádio da Luz,
partilhando-o com o futebol.
O campo sintético era o necessário à modalidade “para que Portugal consiga atingir o nível dos
outros países”. A modalidade
não chegou a ter essa benesse.
Na gerência de Manuel Damásio, em 1997, várias atividades
desportivas foram suprimidas por
motivos orçamentais. O hóquei
em campo foi uma delas.
Na área 3 – Orgulho Eclético,
do Museu Benfica – Cosme
Damião, pode conhecer os cinco
troféus nacionais, conquistados
nas décadas de 1940 e 1980,
espelho da resiliência dos atletas
e seccionistas que nunca desistiram do hóquei em campo."
Pedro S. Amorim, in O Benfica

Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!