"Roger Schmidt apostou num sistema de três centrais para a viagem a Arouca, na fase de grupos da Taça da Liga, e a experiência não lhe correu mal. Vitória não bonita mas segura, por 2-0, e um ligeiro afastar - ou adiar - de uma mini-crise que batia à porta
Jogar numa noite de chuva em Arouca não será o cenário mais agradável para quem tem uma crise para afastar, mas Roger Schmidt, pouco mudando, mudou muito neste Benfica, que aproveitou a Taça da Liga para fazer umas quantas experiências. Com António Silva, Otamendi e Morato no onze, a dúvida inicial era se o brasileiro jogaria numa das laterais ou estaríamos perante um plano B benfiquista e o apito inicial confirmou uma linha de três, com Aursnes do lado esquerdo, algo que não lhe é totalmente desconhecido (e que posição lhe é desconhecida, mesmo?) e João Neves na ala direita.
Talvez o primeiro lance de perigo, ainda nem um minuto havia passado no relógio, com Di María a rematar em arco, com a bola a passar perto do poste do Arouca, tenha dado o mote para um Benfica liberto na 1.ª parte, com o argentino mais solto e Neves aos poucos a adaptar-se ao lugar que lhe foi confiado. João Mário, a jogar ligeiramente mais recuado no meio-campo, ia apontando miras certeiras, como aquela que aos 7’ foi ter com Gonçalo Guedes, titular no ataque, com o remate do internacional português a sair muito por cima.
Ainda assim, mesmo com mais bola e com muita facilidade em fechar os caminhos a qualquer vontade arouquense, o Benfica atrapalhava-se na finalização. Teria de ser um livre finamente marcado por Di María aos 26’, a abrir o marcador - o argentino fez barba e cabelo no lance: sofreu a falta e assumiu o livre, para o poste mais afastado de Thiago Rodrigues, num belíssimo golo.
Do Arouca pouco se viu na 1.ª parte. David Simão fez o primeiro remate da equipa da casa aos 31’, para as mãos de um atento Trubin e logo no reatar após o intervalo sentiu-se um bocadinho mais de amarelo a mexer no jogo. Se Mujica tem chegado um bocadinho antes a um cruzamento da esquerda, aos 48’, talvez estivéssemos aqui a falar de empate.
Com a chuva, o terreno tornou-se mais pesado e difícil de percorrer. De uma só vez, Schmidt tirou os pesos-plumas de campo e para ele enviou os tratores Arthur Cabral, Tiago Gouveia e Tengstedt, opção que se revelaria, em menos de nada, acertada. O 2-0 saíria da combinação de Arthur e Tengstedt, com o brasileiro a servir de pivô e a correr para o lançamento do norueguês. Arthur Cabral percorreu todo o meio-campo atacante encarnado, aguentou a pressão e bateu novamente Thiago Rodrigues. O jogo parecia sentenciado, até pela parca reação da equipa da casa.
Até final, o Arouca ainda deu um arzinho de presença, com um par de lances de perigo por parte de Trezza e Mujica já nos descontos, mas a vitória encarnada estava segura. Para passar à final four, o Benfica até pode perder com o AVS, desde que não seja por mais de dois golos.
Será cedo - e o ambiente competitivo também não terá sido o melhor -, para saber se as mudanças promovidas por Schmidt para este jogo são apenas um one-off ou algo para ir consolidando. Para já, serviu pelo menos para o Benfica sacudir ligeiramente a pressão e acabar a semana mais descansado, depois de dois resultados que fizeram tremer alguns adeptos."
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