"Certo amigo costuma dizer, com sabedoria, que, consideradas todas as circunstâncias do jogo, o seu complexo entorno organizativo e de competição e ainda todo o febril ambiente sociodesportivo envolvente, o mais decisivo momento do futebol é sempre, e de cada vez, a oportunidade da escolha do treinador. Desse átimo decorre tudo o resto que define e condiciona o próprio jogo de futebol: a solidez da direcção do clube e a operacionalidade da sua estrutura competitiva, e a confiança e a produtividade dos jogadores, de forma a fazer desenvolver-se, por fim, a indispensável onda de expressão da paixão dos adeptos no seu incontido apoio motivacional ao grupo de trabalho em todas as frentes de competição.
E normalmente, ainda que passando pelas mãos de alguns especialistas que serão consultados e ouvidos por quem de direito e na sede própria, relativamente à caracterização dos recursos no plantel disponível e ao modelo estrutural que estrategicamente irá potenciar o seu melhor rendimento, ou até quanto à definição do perfil do profissional que virá a ser escolhido para implantar um paradigma vencedor, a última decisão sobre a escolha do treinador de uma equipa de futebol é sempre tomada pelo presidente do clube.
Quanto maior é o clube, mais difíceis, mais exigentes e mais operosas serão as incumbências atribuíveis ao novo míster. Se nele, primeiro, os atletas depositam as maiores expectativas, passa então a ser a ele a quem os adeptos entregam devotadamente todas as esperanças e, mesmo, todas as certezas. Só em clubes pequenos é que a discussão (normalmente acendida pelo despeito e pela inveja dos rivais, na fogueira dos media) permanece e persiste depois do anúncio público do escolhido. No seio dos adeptos dos clubes de dimensão autenticamente universal, o novo treinador representa e concentra, sempre, todas as soluções para as próximas vitórias e conquistas. Sempre foi assim no Benfica.
Ao escolher Bruno Lage como o novo treinador do Sport Lisboa e Benfica, a decisão do presidente Luís Filipe Vieira foi uma boa deliberação. Foi uma opção inteiramente realista: Bruno Lage já era um dos nossos. Estava entre nós e conhece-nos por dentro; sabe perfeitamente do que somos feitos, quais são os recursos infraestruturais de que dispomos e, com o que sabe, imagina bem até onde podemos chegar. Não é um cinquentão, nem um sexagenário em crise de idade; é um jovem treinador preparado e cosmopolita, estudioso e actualizado, livre de complexos e com personalidade forte. E, last but not the least, ao apresentar-se com discurso simples, integrado, consistente, determinado, mostra-se inovador: dispensa asneiras e dos jogadores e excusa provocações gratuitas. Sente-se que está pronto para todas as disputas. Mesmo as dos terrenos minados da comunicação.
Estamos juntos, Bruno Lage."
José Nuno Martins, in O Benfica
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