"A abertura do Mundial correu excepcionalmente bem a Cristiano Ronaldo e excepcionalmente mal a Leo Messi. Na verdade, Portugal ficou a dever a CR7 evitar a derrota com a Espanha, enquanto Messi ficou a dever uma vitória à Argentina, após uma exibição sofrível e um penálti falhado no jogo com os islandeses.
Claro que os ventos da sorte e do azar de dois dos melhores futebolistas de sempre podem variar, mas parece-nos importantes aproveitar este tempo em que Cristiano é cantado por todo o mundo e em todas as línguas como um extraterrestre, para dizermos que não é um jogo, nem, mesmo, um campeonato do mundo inteiro que muda o essencial: o melhor jogador do mundo é apenas uma designação, um estatuto, um título, com toda a carga de subjectividade que a mente humana é capaz de produzir para aproximar, tanto quanto possível, o homem ao seu Deus.
Cristiano e Messi são, ambos, fantásticos jogadores de futebol. Messi será, talvez, mais intuitivo, mais 'esplendor na relva', mais mãe natureza; Ronaldo é um exemplo supremo de 'besta humana'. Um atleta único, criado pelo sonho, pela ambição, pela força mental de um homem que é, de facto, um ser humano invulgar e que se juntou a um fabuloso talento.
É bom que ambos coexistam e que tenham feito deste tempo, que não durará muito mais, um dos mais belos hinos ao futebol (sorte de todos os que o viveram). Cristiano e Messi foram, juntos, responsáveis por mais milhões de adeptos no jogo universal e constituíram para o desenvolvimento do futebol como espectáculo de multidões.
Aconteça o que acontecer, nunca, um, se sobreporá ao outro."
Vítor Serpa, in A Bola
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