"A chegada de meios tecnológicos à arbitragem do futebol representou um passo no caminho certo, de olhos postos no futuro. Embora ainda seja necessário acertar algumas agulhas, nomeadamente no que respeita a software certificado pela FIFA para as linhas do fora-de-jogo e ao audio em directo das comunicações entre o árbitro principal e os vários assistentes, incluindo o videoárbitro (VAR), a verdade é que existem hoje mais instrumentos para julgar bem e não subverter a verdade desportiva. Porém, o que se tem verificado é que o problema não está na tecnologia mas sim em quem a maneja, não está na máquina, está no homem.
A responsabilidade individual dos árbitros aumentou exponencialmente com a chegada do VAR. Aqueles argumentos, a que não havia como não ser sensível, da dificuldade de decidir numa fracção de segundo, da velocidade do lance ser superior ao olho humano, ou da colocação que não permitia aferir a jogada, foram chutados para canto, deixando o árbitro confrontado com circunstâncias, até então escamoteáveis: a sua própria incompetência, a sua instabilidade para interpretar as leis, a sua falta de coragem para tomar a decisão correcta nos momentos mais sensíveis. A chegada da tecnologia acabou com uma série de álibis que serviram de airbag aos árbitros no momento do desastre.
Provavelmente a conclusão que devemos tirar, após 23 jornadas de Liga com VAR, é que há árbitros neste nosso quadro de elite sem condições para estar ao mais alto nível.
Em muitos casos, aquilo que já se desconfiava ficou agora clarinho como água para toda a gente..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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