"Mesmo a ganhar 3-0 e vindo aí a Champions, o Benfica continuou a derramar prazer
Jogo muito sério até ao fim
1. Assistiu-se a um jogo muito sério do Benfica, até ao fim. E vinco este ponto porque, mesmo sabendo que tem um jogo importante na próxima semana, na Turquia, para a Liga dos Campeões, e mesmo estando a vencer, e mesmo estando a vencer por 3-0 ao intervalo, o Benfica continuou a jogar da mesma forma, derramando prazer no campo e acabando por tornar fácil um jogo no qual, a priori, poderia ter algumas dificuldades. Ora as dificuldades foram nulas.
Autêntico compressor
2. O Benfica teve a felicidade de fazer o primeiro golo ao minuto e meio e isso foi o acender de uma fogueira que queimou completamente o Marítimo. Os encarnados foram melhores em tudo. Digamos que o Benfica foi um verdadeiro compressor, de tal forma que conseguiu fazer um monólogo futebolístico. Só uma equipa é que falou e não cansou vê-la até ao fim. A equipa de Rui Vitória mandou sempre, e acima de tudo mandou da forma que quis mandar. Esteve bem em todos os aspectos, a amplitude geométrica da equipa foi total, jogando na direita, no centro e na esquerda, e terminando com quase 70 por cento da posse de bola. O Marítimo na primeira parte chutou uma vez à baliza e no final do jogo tinha talvez três remates. O Benfica transformou as dificuldades em constantes facilidades, com circulação de bola rápida e eficiente. Funcionou estruturalmente como uma verdadeira equipa, com exibições individuais que pareciam apenas somar à qualidade colectiva. E é por isso que deste vez, em vez do esquema táctico habitual, coloco apenas uma frase: o valor do colectivo. Foi um jogo que o Benfica tornou simples e belo, porque tudo o que é simples é belo.
Guedes foi enorme
3. Nos jogos colectivos, o importante é sempre o valor que a equipa alcança, mas ainda assim, dentro desses parâmetros há sempre quem se destaque, E o Gonçalo Guedes destaca-se neste jogo de uma forma enorme pelo que jogou, pela alegria com que jogou, pela intensidade que colocou nessa alegria, pelos golos que ofereceu e pelo golo que marcou."
Manuel Cajuda, in A Bola
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