"Um artigo do site norte-americano “Politico” passa em revista a final do Euro 2016, considerando que o “carácter português triunfou perante a fragilidade francesa” e afirmando que o se passou não deve ser encarado como um mero jogo de futebol mas antes como um “drama humano”
“Uma equipa tinha a vontade de vencer. A outra apenas um je ne sais quoi”. É deste modo que o site norte-americano “Politico” começa por descrever o jogo que ditou a vitória de Portugal sobre a França na final do Euro 2016, algo que considera mesmo ter sido “o maior feito de Portugal como nação desde o dia em que foi admitida na Comunidade Económica Europeia, em 1986”.
No artigo intitulado “O carácter português triunfou perante a fragilidade francesa”, o seu autor, Tunku Varadrajan, aconselha a que se preste a devida atenção à vitória portuguesa, pois a “modéstia do resultado” (1-0, após prolongamento) pode “obscurecer uma multiplicidade de coisas: drama, coragem, pujança, perversidade, resistência e determinação”.
“Em tempos como estes, em especial nas finais de grandes competições, é melhor não pensar do jogo como sendo apenas futebol, mas antes, como um mais amplo drama humano, um teste de carácter, e em todas as artes de sobrevivência e de penetração” que envolve, refere.
O autor do artigo considera que após Cristiano Ronaldo ter sido forçado a abandonar o jogo, por lesão, ao 25.º minuto, Portugal ficou na situação de uma “equipa órfã”. “Paradoxalmente”, esse acabou por corresponder ao momento a partir do qual os portugueses “cresceram em força”, enquanto a França, que “até então parecia invencível”, perdeu o gás, pois com a saída do capitão português ficou “sem fazer ideia de quem era agora o seu oponente”.
A equipa francesa não apresentou capacidade para fazer frente ao prolongamento, descreve ainda o artigo, pois “o desejo de ‘jogar bonito’ foi demasiado sufocante”. “Falharam na tentativa de furar a defesa oposta” e tiveram ainda de defrontar o “heróico Rui Patrício”, descrito como “uma personagem dos Lusíadas”.
Nesta análise do jogo, o modo como a selecção de Fernando Santos jogou é comparado com o nosso “estilo nacional e histórico”: “Sempre usaram os escassos recursos da terra de modo sábio, sagaz, esticando-os ao máximo. De outro modo, como poderia um pedaço de terra no extremo ocidental da Europa ter construído um império de tal magnitude? Há uma determinação, uma coragem defensiva, uma teimosia infatigável dos portugueses, que os serviu bem no império e os serviu bem no campo de futebol no domingo à noite”.
“Gostaríamos nós que cada equipa jogasse futebol do mesmo modo que os portugueses o fazem? Certamente que não. Mas gostaríamos nós que cada equipa quisesse tanto ganhar como quis Ronaldo e o seu grupo? Eu penso que sim, que gostaríamos. Quase de certeza que nós gostaríamos”, conclui Tunku Varadrajan."
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