"Habemus Vitória, agora falta que o Rui nos dê muitas vitórias. Estamos mal (bem) habituados, no passado recente foi uma barrigada de êxitos, como nunca houve. A Taça de Portugal ganha pelo Sporting interrompeu uma série de seis títulos nacionais consecutivos (todos) que o Benfica ganhou com brilho. Na próxima época, quando Rui Vitória orientar jogos no Estádio da Luz, cedo se ouvirá cantar Dá-me o 35!
Interessa pouco nesta fase fazer sondagens sobre se Rui Vitória era o preferido dos adeptos, em rigor quando Jorge Jesus chegou há seis anos não havia nenhuma sondagem junto dos adeptos que o colocasse como desejado para treinar o Benfica, e seis anos volvidos, ganhou 10 títulos com o emblema da águia ao peito.
Rui Vitória será aclamado se ganhar e criticado se não o conseguir. É sempre esse o duro e difícil desígnio de um treinador de um clube grande, como o Benfica. Ele melhor que ninguém o sabe, e quer ganhar mais (ou tanto) que qualquer um de nós. Mas há créditos que Rui Vitória tem, e não podem ser ignorados. Sempre conseguiu resultados acima da matéria-prima que dispunha e, por isso, se lhe for dado um bom plantel, como certamente será, há legítimas esperanças que o rumo do êxito se manterá. Lembro-me, há dois anos, de em conversa com Júlio Mendes no camarote da Luz, lhe dizer em jeito de brincadeira que com nove bidões e dois jogadores de futebol o Vitória de Guimarães de Rui Vitória era das equipas que melhor jogava. Fiquei com um sorriso malandro do presidente vitoriano, de quem sou amigo, e que obviamente não poderia concordar com a minha provocação, apesar do elogio ao treinador.
Temos treinador, estamos a fazer o plantel, e seguramente entraremos na próxima época para tentar vencer as provas que vamos disputar.
Boa sorte, mister! Estamos juntos rumo ao êxito!"
Sílvio Cervan, in A Bola
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