"Diz-se por aí que este Mundial não provocou grandes tumultos no mercado de transferências este ano. A agitação nos mercados nacionais começou muito antes deste Mundial, agora acompanhado de um novo factor perturbante: a maquilhagem contabilística. Jogadores são adquiridos ao preço da chuva, mas com cláusulas de rescisão de vários milhões de euros. Clubes com passivos extraordinários continuam com aquisições de luxo e iniciativas mediáticas que, existisse um tribunal de contas para o Futebol, nunca veriam a luz do dia. Não podemos esquecer que reestruturações financeiras, fundos que dividem o valor dos jogadores em 25%, 30% ou 50%, empréstimos extraordinários, nada disto diminui verdadeiramente os passivos fora de controle ou o valor da divida financeira. Continua a política de gastar mais do que se tem e de contratar mesmo quando todos os indicadores aconselham prudência. Uma vez mais opta-se pela política de avestruz, de ignorar os dados. A factura, quando vier, a alguém será entregue.
O mercado do Futebol em Portugal e em muitos países europeus está dominado por estratégias de maquilhagem e irresponsabilidade impressionante. Clubes com passivos monumentais como o Sporting, anunciam contratações com valores de milhares de Euros mas apõem-lhes cláusulas de rescisão de 60 milhões. É o espectáculo a alimentar-se de si próprio. Não estivéssemos a falar de uma gigantesca estrutura económica e de um dos mais importantes e dinâmicas sectores económicas e de consumo, teria até uma certa graça ver os protagonistas genialmente inventivos que povoam o futebol português. Mas, tal como aconteceu recentemente nas contas da República, também nas contas do Futebol a factura há-de vir, seca e impiedosa a exigir o pagamento da conta. E é nesse dia que os vários clubes inventivos da nossa praça vão lamentar não ter tido um presidente como Luís Filipe Vieira."
André Ventura, in O Benfica
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