"O Benfica não jogou bem no Restelo. Ganhou merecidamente contra um adversário frágil que só atacou uma vez e até marcou um golo bem mais legal do aquele que lhe valeu um ponto na Luz. Mais grave é que ficou a ideia de que se o Benfica quisesse marcaria, um ou dois golos, a todo o tempo. Então porquê correr riscos?
A gestão de resultados de vantagem mínima não está no ADN do Benfica. Aquilo a que muitos chamam maturidade competitiva e realismo é normalmente preguiça. Aquilo que o Benfica sabe fazer bem é jogar bem. A melhor forma de gestão de um jogo é, para o Benfica, jogá-lo à Benfica. Jorge Jesus mostrou, e bem, nas declarações do final do jogo, que estava mais irritado que os adeptos com aquela gestão preguiçosa.
Só não se fala muito nisto porque o FC Porto mostrou de forma ainda mais hilariante como segurar um ponto depois de estar a vencer 2-0 ao limitado Vitória de Guimarães. Rui Vitória continua a fazer milagres, e só Danilo em cima da linha de golo fez com que a proximidade pontual do FC Porto ao Estoril não fosse maior.
Depois dos eufóricos festejos pelo empate de Frankfurt dever-se-iam ter vistos festejos pelo empate arrancado a ferros em Guimarães.
O Benfica define a época e as suas glórias nos próximos jogos. O Estoril, pela sua qualidade, pelo jogo do último ano, pelo resultado no Dragão, não pode ser surpresa para ninguém no Benfica. Domingo tem de haver uma abordagem ao jogo igual à que foi feita frente ao FC Porto e ao Sporting.
Paulo Fonseca, que venceu a única prova que disputou até ao fim, a Supertaça, deixou o FC Porto a disputar todas as outras Campeonato, Liga Europa, Taça de Portugal e Taça da Liga. Sempre se pode concluir que ao não deixarem Paulo Fonseca terminar a época, podem ter deitado fora um ano como o de André Villas-Boas."
Sílvio Cervan, in A Bola
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