"José Águas, Eusébio e Coluna são os três nomes mais míticos da minha “educação” benfiquista. Nascido no início dos anos setenta, ouvi vezes sem fim a narração dos grandes feitos do Benfica da década de sessenta. Os mais velhos da família passavam testemunho das grandes finais europeias, das conquistas, das jogadas, das goleadas… e na voz dos narradores, nascia a epicidade dos heróis. De entre todos, aquela “santíssima trindade” sobressaía.
Os golos, a elegância, o jogo aéreo e a eficácia do Águas, o grande capitão das finais conquistadas; a excelência superior do “Rei”, do maior de todos, o Eusébio; e a força, o pulmão, a inteligência, a determinação e a liderança do Coluna. Estes três eram míticos para a História do Benfica e heroicos no imaginário de quem, sem nunca ter tido o privilégio de os ver jogar ao vivo, cria uma imagem sonhada e, como tal, mais vincada e duradoura.
Aconteceu comigo e com milhões de outros benfiquistas que cresceram no benfiquismo, tendo como referência homens que julgamos eternos na medida em que se eternizam no nosso imaginário colectivo. Com o falecimento do Senhor Mário Coluna, deixámos de ter o último representante da tal trindade que, sendo maiores entre os maiores, percebiam que eram pequenos perante o Benfica.
Repito que não vi o Coluna jogar, mas vi-o, ao vivo, ajoelhar, com humildade e agradecimento, perante a Águia de Ouro que o Benfica lhe ofereceu como reconhecimento do seu papel cimeiro na história do Clube. Ali, naquele momento, estava mais uma, a derradeira, lição de liderança e benfiquismo que o Senhor Coluna nos deu: ensinou-nos a ser humildes na gratidão ao Benfica."
Pedro F. Ferreira, in O Benfica
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