"Fiquei destroçado quando às 5.30 da manhã um amigo me ligou a dar conta da morte do King. Uma horrível maneira de despertar. Eusébio fazia o favor de ser meu amigo, pelo que é com emoção que escrevo estas linhas.
Tudo em Eusébio teve a ver com uma grande vivência extra. Uma vivência que envolvia, por exemplo, Hilário, lenda sportinguista, conterrâneo de Mafalala e irmão de peito. Inseparáveis para lá da última hora. Ou do saudoso Vítor Damas, outro grande amigo comum, meu antigo companheiro no futebol juvenil do Sporting. Eusébio e Damas eram também inseparáveis. Adversários que gostavam das mesmas coisas. Vão com certeza partilhá-las, agora, lá em cima, com um abraço e seguramente uma bola de futebol. Talvez Damas a rematar e Eusébio a defender, para variar um bocadinho.
Juntando a estes nomes os de José Torres, Jaime Graça, Costa Pereira, Santana, Chico Faria, Vitorino Bastos, Bento, Carlos Alhinho, Jacinto João, Germano, Cavém, José Águas, Yazalde já formaram seguramente uma boa tertúlia, uma grande equipa.
Eusébio deu-me o privilégio de uma grande amizade, muitas vezes cultivada à mesa da Ti Matilde. Sempre disponível para me conceder entrevistas. E sempre com a simpatia de me comunicar todos os seus passos e todos os convites que ia recebendo.
Felizmente existem imagens que os meus filhos viram repetidamente e que as futuras gerações vão poder ver também. Eusébio foi o maior de todos os tempos. Para mim. Um homem sempre, ligado à equipa de A BOLA. Ou a equipa de A BOLA sempre ligada a Eusébio.
Sabia da minha preferência clubista e chamava-me «o amigo lagarto». Éramos da mesma geração e usávamos a mesma linguagem. Sempre com muito respeito. Até um dia destes, grande King Eusébio!"
Vítor Cândido, in A Bola
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