"O que têm em comum Pedro Emanuel, Nuno Espírito Santo, Sérgio Conceição e Fernando Couto? A resposta é simples: todos eles foram jogadores do Porto (creio mesmo que todos chegaram a capitães), e todos eles orientarão equipas da Liga principal na próxima temporada. Também estarão em funções Paulo Alves e José Mota, que passaram pelas camadas jovens do FC Porto. E ainda andam por aí Jorge Costa, Domingos Paciência, Inácio, Sousa, Jaime Pacheco, Rui Jorge, Oliveira, Carvalhal, Eurico, Rodolfo e Costa, falando-se agora também de Aloísio.
Homens que, no balneário das Antas, beberam anos a fio do fanatismo anti-Benfica, homens que devem a carreira a Jorge Nuno Pinto da Costa, homens que, independentemente da sua honorabilidade, são, na maioria, firmes devotos da causa azul-e-branca, vão jogar com o FC Porto, vão jogar contra o Benfica, e vão, também eles, decidir o próximo campeão.
Entre os nomes referidos, há gente cuja seriedade não me custa a admitir. Sem pôr as mãos no lume por ninguém, acredito que a maior parte deles quererá ganhar os jogos que disputa. Mas há aspectos que estão para lá da corrupção ou da má fé, e que convém não negligenciar.
Que dirá um destes treinadores se a sua equipa for prejudicada pela arbitragem em jogo com o FC Porto, clube que lhes patrocina a carreira? Será que a atitude mental com que irão enfrentar o Benfica vai ser idêntica à de quando tiverem do outro lado o seu clube de sempre? Que informações passam, por exemplo, acerca de jogadores da sua equipa? Haverá verdade desportiva num Campeonato onde uns são inimigos e outros parceiros? Será coincidência nenhum deles estar nos clubes aparentemente mais próximos de Pinto da Costa, como o Sp. Braga e o Nacional?
Num Futebol normal, nada disto seria motivo para nos inquietar. Mas no Futebol português, no Futebol do Apito Dourado, dos 'quinhentinhos', do doping, do guarda Abel, dos Rembo Bóeres, dos Cadorins, dos Lourenços Pintos, dos Patos, etc, confesso que não fico descansado perante tão singular panorama."
Luís Fialho, in O Benfica
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