"Conseguirei escrever uma prosa onde não lamente uma sucessão de desonras? Nem mesmo depois de o Sporting voltar a encher as medidas, e as balizas, com golos de todos os tamanhos e feitios? É preciso estofo para insuflar esperança no futuro quando os indicadores económico-financeiros cada vez nos enterram mais para uma longa letargia. E quem tem filhos, eu três, que esperança ainda dispõe para os motivar a lutar, a acreditar numa sociedade irresponsável, apostada em deixar para os sucessores o ónus da solução dos seus devaneios?
Caio invariavelmente na recorrência das teses mais nobres. Ética, honra, normas de conduta, respeito e tolerância constam nos mais eloquentes discursos. Estão, no entanto, ausentes da prática. A humanidade focou-se no lucro, no consumo, no espetáculo sem regras, conspurcado de doping em cada poro.
Adepto confesso de ciclismo, ainda me mantenho inquieto com a lama que avilta Alberto Contador. O grande ausente da cerimónia de apresentação da edição do Tour de 2011. No nosso pelotão a epidemia atinge, há anos, indiscriminadamente. Recentemente, a alimentação ganhou estatuto de bode expiatório para as causas mais variadas que julgam desculpar valores PROIBIDOS.
A convite do jornal “O Jogo”, há não muito tempo, foi convidado um jornalista inglês que garantiu que a corrupção ao mais alto nível enleava os delegados dos comités olímpicos nas atribuições das cidades-sede da competição das competições, entre outras corajosas revelações.
A celeuma causada pela reportagem do “Sunday Times”, do pretérito fim-de-semana, é incapaz de surpreender. A investigação britânica adiantou os nomes de um nigeriano, Amos Adamu, e de um taitiano, Reynald Temarii, cada um com o seu esquema. O africano, membro do comité executivo da FIFA, foi filmado a pedir 570 mil euros para votar favoravelmente numa candidatura. O representante da Oceânia reclamou 1,6 milhões de euros para vender o seu voto. Este último é vice-presidente da FIFA e presidente da Confederação. Joseph Blatter reagiu com a habitual indignação de circunstância e rematou com um: “Querem que feche a porta?” Talvez fosse mais digno. Portas fechadas para limpeza geral. Num momento de eleições da FPF, a cereja para a exoneração de Gilberto Madaíl surgiu pouco depois, quando a candidatura de Portugal e Espanha e a do Qatar, para o Mundial de 2018 foram envolvidas numa investigação sobre suspeitas de negociação para trocar votos.
Com tão pouco tempo para abandonar o cargo, Madaíl honraria os portugueses com uma demissão imediata até ao apuramento de toda a verdade. E, por favor, podem parar de rir. Um dia assistiremos a um ato tão digno. Talvez uns “corninhos” à Manuel Pinho lhe indicassem a porta de saída.
Por fim, gostava de enfatizar a fonte destas notícias. Os jornais ingleses que amiúde são apontados como desonrados atiraram a pedrada no charco e, exemplarmente, remeteram-nos para um dos papéis fundamentais do jornalismo: investigar sem medo dos protagonistas da notícia e dos interesses que os envolvem. Assim se expressa o quarto poder."
Caio invariavelmente na recorrência das teses mais nobres. Ética, honra, normas de conduta, respeito e tolerância constam nos mais eloquentes discursos. Estão, no entanto, ausentes da prática. A humanidade focou-se no lucro, no consumo, no espetáculo sem regras, conspurcado de doping em cada poro.
Adepto confesso de ciclismo, ainda me mantenho inquieto com a lama que avilta Alberto Contador. O grande ausente da cerimónia de apresentação da edição do Tour de 2011. No nosso pelotão a epidemia atinge, há anos, indiscriminadamente. Recentemente, a alimentação ganhou estatuto de bode expiatório para as causas mais variadas que julgam desculpar valores PROIBIDOS.
A convite do jornal “O Jogo”, há não muito tempo, foi convidado um jornalista inglês que garantiu que a corrupção ao mais alto nível enleava os delegados dos comités olímpicos nas atribuições das cidades-sede da competição das competições, entre outras corajosas revelações.
A celeuma causada pela reportagem do “Sunday Times”, do pretérito fim-de-semana, é incapaz de surpreender. A investigação britânica adiantou os nomes de um nigeriano, Amos Adamu, e de um taitiano, Reynald Temarii, cada um com o seu esquema. O africano, membro do comité executivo da FIFA, foi filmado a pedir 570 mil euros para votar favoravelmente numa candidatura. O representante da Oceânia reclamou 1,6 milhões de euros para vender o seu voto. Este último é vice-presidente da FIFA e presidente da Confederação. Joseph Blatter reagiu com a habitual indignação de circunstância e rematou com um: “Querem que feche a porta?” Talvez fosse mais digno. Portas fechadas para limpeza geral. Num momento de eleições da FPF, a cereja para a exoneração de Gilberto Madaíl surgiu pouco depois, quando a candidatura de Portugal e Espanha e a do Qatar, para o Mundial de 2018 foram envolvidas numa investigação sobre suspeitas de negociação para trocar votos.
Com tão pouco tempo para abandonar o cargo, Madaíl honraria os portugueses com uma demissão imediata até ao apuramento de toda a verdade. E, por favor, podem parar de rir. Um dia assistiremos a um ato tão digno. Talvez uns “corninhos” à Manuel Pinho lhe indicassem a porta de saída.
Por fim, gostava de enfatizar a fonte destas notícias. Os jornais ingleses que amiúde são apontados como desonrados atiraram a pedrada no charco e, exemplarmente, remeteram-nos para um dos papéis fundamentais do jornalismo: investigar sem medo dos protagonistas da notícia e dos interesses que os envolvem. Assim se expressa o quarto poder."
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