"Eusébio nasceu em Janeiro de 1942. Quando chegou a Portugal via Lourenço Marques, em Dezembro de 1960, só tinha 18 anos. Menos de um ano depois, em Outubro de 1961, já era o novo Pelé. À conta dos três golos ao Santos de Pelé em pouco mais de um quarto de hora num torneio internacional em Paris, mas também de outros dez marcados no campeonato em meia dúzia de jogos.
Esta pontaria assinalável para um jovem tão inexperiente mereceu a convocatória para a selecção nacional, chamado por Fernando Peyroteo, outro fura-redes. A estreia foi amarga, na surpreendente derrota com o Luxemburgo (2-4), na qualificação para o Mundial-62. Três semanas depois, Eusébio encarou Wembley (2-0 para a Inglaterra) e foi a última vez que se ouviu o seu nome. A partir daí, foi Pantera Negra. Por culpa de Walter Winterbottom, seleccionador inglês, que gritava a plenos pulmões para Flowers.
"Flowers, look at the Black Panther." Flowers é o defesa do Wolves, marcador de Eusébio, campeão mundial em 1966 sem jogar um minuto - só recebeu a medalha de campeão em Junho deste ano, por cortesia de Gordon Brown. E Black Panther é o Pantera Negra, ou Eusébio, anteriormente conhecido como Pérola Negra, alcunhado pela imprensa francesa em Junho de 1961 (à conta do tal hat trick com o Santos de Pelé), que calou Wembley duas vezes, com remates ao poste.
Pois bem, o Black Panther, com 19 anos e no primeiro ano de profissional pelo Benfica, ganhava quatro contos, qualquer coisa como 1357 euros à luz do que se ganha hoje. Embasbacados com o talento de Eusébio, os ingleses festejaram a qualificação para o Mundial-62 no Chile, claro, mas preferiram enaltecer as qualidades daquela força da natureza. E o capitão Johnny Haynes estava mais que admirado. Perguntou tudo ao enviado especial do jornal "A Bola" e quando soube do salário dele, soltou: "Cinquenta libras? Eu fazia greve." E ele, Haynes, sabia do que falava.
Mais conhecido como maestro, foi uma espécie de Beckham dos anos 50/60. Pelé diz que ele foi o melhor passador que já viu, e Haynes foi o primeiro jogador a fazer publicidade, para a Brylcreem, um produto masculino para o cabelo. Além disso, Haynes, companheiro de Bobby Robson no Fulham, clube que representou por 18 anos, está na história do futebol inglês por ter sido o primeiro a ganhar 100 libras por semana, precisamente a partir de Agosto de 1961, quando se registou um entendimento entre a Associação de Jogadores e a Federação para a abolição do tecto salarial de 20 libras.
Tommy Trinder, folclórico presidente do Fulham, disse logo que Haynes valia o triplo. Errado. Valeu o quíntuplo. De 20 para 100 libras. E Haynes disse não ao Milan, que oferecera 800 mil libras para o Fulham, o que quebraria o recorde de transferências da época (menos de metade naquela época) e faria dele o jogador mais bem pago do mundo. Haynes não quis. Preferiu o Fulham, onde jogou oito épocas na 2.a divisão, durante as quais, curiosamente, foi o capitão da selecção. Nessa qualidade, insurgiu-se contra o salário de Eusébio. Que depressa foi aumentado. E porque dinheiro traz felicidade, o Benfica e a selecção portuguesa foram felizes à conta dos remates de Eusébio. Aqueles da bola ao poste e (já agora) os outros que deram golo."
Esta pontaria assinalável para um jovem tão inexperiente mereceu a convocatória para a selecção nacional, chamado por Fernando Peyroteo, outro fura-redes. A estreia foi amarga, na surpreendente derrota com o Luxemburgo (2-4), na qualificação para o Mundial-62. Três semanas depois, Eusébio encarou Wembley (2-0 para a Inglaterra) e foi a última vez que se ouviu o seu nome. A partir daí, foi Pantera Negra. Por culpa de Walter Winterbottom, seleccionador inglês, que gritava a plenos pulmões para Flowers.
"Flowers, look at the Black Panther." Flowers é o defesa do Wolves, marcador de Eusébio, campeão mundial em 1966 sem jogar um minuto - só recebeu a medalha de campeão em Junho deste ano, por cortesia de Gordon Brown. E Black Panther é o Pantera Negra, ou Eusébio, anteriormente conhecido como Pérola Negra, alcunhado pela imprensa francesa em Junho de 1961 (à conta do tal hat trick com o Santos de Pelé), que calou Wembley duas vezes, com remates ao poste.
Pois bem, o Black Panther, com 19 anos e no primeiro ano de profissional pelo Benfica, ganhava quatro contos, qualquer coisa como 1357 euros à luz do que se ganha hoje. Embasbacados com o talento de Eusébio, os ingleses festejaram a qualificação para o Mundial-62 no Chile, claro, mas preferiram enaltecer as qualidades daquela força da natureza. E o capitão Johnny Haynes estava mais que admirado. Perguntou tudo ao enviado especial do jornal "A Bola" e quando soube do salário dele, soltou: "Cinquenta libras? Eu fazia greve." E ele, Haynes, sabia do que falava.
Mais conhecido como maestro, foi uma espécie de Beckham dos anos 50/60. Pelé diz que ele foi o melhor passador que já viu, e Haynes foi o primeiro jogador a fazer publicidade, para a Brylcreem, um produto masculino para o cabelo. Além disso, Haynes, companheiro de Bobby Robson no Fulham, clube que representou por 18 anos, está na história do futebol inglês por ter sido o primeiro a ganhar 100 libras por semana, precisamente a partir de Agosto de 1961, quando se registou um entendimento entre a Associação de Jogadores e a Federação para a abolição do tecto salarial de 20 libras.
Tommy Trinder, folclórico presidente do Fulham, disse logo que Haynes valia o triplo. Errado. Valeu o quíntuplo. De 20 para 100 libras. E Haynes disse não ao Milan, que oferecera 800 mil libras para o Fulham, o que quebraria o recorde de transferências da época (menos de metade naquela época) e faria dele o jogador mais bem pago do mundo. Haynes não quis. Preferiu o Fulham, onde jogou oito épocas na 2.a divisão, durante as quais, curiosamente, foi o capitão da selecção. Nessa qualidade, insurgiu-se contra o salário de Eusébio. Que depressa foi aumentado. E porque dinheiro traz felicidade, o Benfica e a selecção portuguesa foram felizes à conta dos remates de Eusébio. Aqueles da bola ao poste e (já agora) os outros que deram golo."
Rui Tovar, in ionline
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