"Redução da distância do contrarrelógio da Vuelta, de 27 para 12 quilómetros, era mesmo necessária? Não havia alternativas? João Almeida ganhou 10 segundos a Vingegaard, quantos mais ganharia?
Dois pontos prévios antes de ir ao que interessa: 1.º, respeito que a segurança de atletas e público seja prioritária relativamente à competição; 2.º, sim, no que toca a Desporto, roço o nacionalismo bacoco.
Posto isto, vamos lá então à tramóia. Uma volta como a de Espanha (a Vuelta) é uma prova de fundo, de gestão de esforço ao longo de três semanas, com o sonho da vitória em Madrid. As etapas ficam definidas muitos meses antes e é a partir dessa definição que equipas e ciclistas se preparam.
João Almeida partiu como chefe de fila da UAE Emirates e, infelizmente, nem sempre teve ao seu lado uma verdadeira equipa. Ainda assim, o supercampeão português lutou (e ainda luta) ombro a ombro com Jonas Vingegaard, mostrou-se em grande forma e chegou ao dia de ontem, quinta-feira, o do decisivo contrarrelógio de 27 quilómetros em Valladolid, em segundo lugar da geral, a 50 segundos do líder.
Precisava, portanto, de anular a diferença, bastando-lhe para isso recuperar menos de dois segundos por quilómetro, ele que é um especialista (superior a Vingegaard) na especialidade de crono.
Porém, na véspera, alegando «questões de segurança», por conta das manifestações anti-Israel que já tinham afetado outras etapas, a organização avisou que reduziria o contrarrelógio para apenas 12 kms. «Pena não terem sido os 27 kms», desabafou um desolado João Almeida no final, após ter recuperado 10 segundos a Vingegaard.
Quantos segundos seriam se o percurso fosse o original? Mais: se havia 12 kms seguros, porque não duplicar esse circuito (ida e volta ou duas voltas) e, pelo menos, ter um crono com 24 quilómetros?"

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